Igreja alvo de ataque racista reabre no domingo
Faxineiros limparam a cena do crime no sábado e alguns membros entraram no local pela primeira vez desde o tiroteio
A histórica igreja negra onde nove pessoas foram mortas na quarta-feira reabrirá as portas para um culto neste domingo.
A notícia foi divulgada no mesmo dia em que a polícia federal norte-americana (FBI) afirmou estar investigando um suposto manifesto racista escrito pelo atirador Dylann Roof.
Neste sábado, um site de apoio a Roof publicou fotos dele segurando uma bandeira norte-americana em chamas. Uma foto mostra ele segurando uma bandeira confederada, utilizada por estados sulistas pró-escravidão durante a Guerra Civil Americana e agora considerada por líderes dos direitos civis como um símbolo de segregação.
O site revelou ainda um manifesto racista de 2,5 mil palavras com discursos de ódio contra negros e exaltação da "supremacia branca". O texto termina com o autor dizendo que "terá de tomar medidas". Segundo registros, a página foi criada em 9 de fevereiro e está hospedada na Rússia.
Autoridades dizem que ainda não está claro se Roof escreveu o texto, mas o conteúdo é compatível com o que ele teria dito a amigos antes de abrir fogo contra nove negros na noite de quarta-feira na histórica igreja Emanuel African Methodist Episcopal.
Faxineiros limparam a cena do crime no sábado e alguns membros da igreja entraram no local pela primeira vez desde o tiroteio.
Harold Washington, de 75 anos, estava com o grupo e viu o quarto onde as vítimas foram baleadas. "Eles fizeram um bom trabalho para limpá-lo, haviam alguns buracos de bala nas paredes, mas eles conseguiram escondê-los com tinta", afirmou.
Ele disse esperar um grande número de pessoas no culto de domingo. "Nós vamos ter pessoas aqui que nunca vimos antes, e que provavelmente nunca voltarão. Mas a igreja é do Senhor, e isso não é um problema." Fonte: Associated Press.