Mulheres lutam por ordenação no Vaticano

Ordenação sacerdotal das mulheres não figura no programa do Papa. No entanto, o sumo pontífice aceitou no mês passado criar uma comissão que pode chegar a conclusões favoráveis para o diaconato das mulheres

sex, 03/06/2016 - 13:52
Tiziana Fabi (Março) A líder Janice Sevre-Duszynska manifesta-se no Vaticano Tiziana Fabi

Duas líderes de uma organização que milita pela ordenação de mulheres na Igreja Católica foram recebidas no Vaticano, coincidindo com o Jubileu dos Sacerdotes em Roma, informou nesta sexta-feira (3) uma porta-voz do movimento. Segundo Janice Sevre-Duszynska, ela e outra sacerdote da Women's Ordination Worldwide (WOW) foram recebidas por um "funcionário de alto escalão" da secretaria de Estado, órgão central da Cúria. Entregaram uma petição na qual pedem que o papa Francisco inicie o diálogo e levante as excomunhões contra as pessoas que militam na Igreja a favor desta causa.

A ordenação sacerdotal das mulheres não figura no programa do Papa. No entanto, o sumo pontífice aceitou no mês passado criar uma comissão que pode chegar a conclusões favoráveis para o diaconato das mulheres.

Para celebrar seu próprio "jubileu das mulheres sacerdotes", paralelamente ao grande Jubileu dos Sacerdotes, que reúne 6.000 sacerdotes do mundo inteiro no Vaticano entre 1 e 3 de junho, a WOW se reuniu discretamente na "Casa internationale delle donne", no bairro de Trastevere.

Um grupo de mulheres ordenadas ilegalmente se encontrou na manhã desta sexta-feira em frente ao Castel San Angelo e se dirigiu até a Praça de São Pedro, onde se misturou à multidão que acompanhava uma missa pelo Jubileu dos Sacerdotes. "Há até 200 mulheres ordenadas no mundo (...). A imensa maioria atua hoje nos Estados Unidos", disse à AFP uma mulher sacerdote, Christina Moreira, ordenada no ano passado e que atua em La Coruña, Espanha.

Embora não esperem uma mudança na linha adotada pelo Papa quanto à ordenação das mulheres, aplaudem a mudança de tom que ocorreu dentro da Igreja, onde agora já não é proibido levantar este tema, como antes, afirmam.

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