Mais de 250 pessoas morreram em 48 horas na Síria

Entre as vítimas, estão 60 crianças. Os bombardeios também provocaram muita destruição, em particular em hospitais, que ficaram sem condições de funcionar.

por Lorena Andrade qua, 21/02/2018 - 15:27

Ao menos 250 pessoas morreram na Síria nas últimas 48 horas após dias de fortes ataques na região de Guta Oriental, reduto rebelde nas proximidades de Damasco. Entre as vítimas, estão 60 crianças. Apenas nesta quarta-feira (21), foram cinco mortes e 200 cidadãos feridos em ataques de mísseis e bombas pró-governo. De acordo com a Reuters, moradores do local, que tem mais de 400 mil habitantes cercados e vivendo em péssimas condições, disseram estar "esperando sua vez de morrer". 

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), o ritmo dos bombardeios pareceu diminuir durante a noite, mas sua intensidade foi retomada na manhã desta quarta-feira. O OSDH apontou, também, que nas localidades de Arbin e Ain Turma, as forças governamentais lançaram barris de explosivos, uma arma denunciada pela ONU e diversas ONGs. Os bombardeios também provocaram muita destruição, em particular em hospitais, que ficaram sem condições de funcionar. 

Informações da Reuters indicam que a nova campanha aérea contra Guta Oriental começou no domingo (18), após a chegada de reforços para uma ofensiva terrestre que ainda não teve início. O governo quer reconquistar a região, a partir da qual os rebeldes lançam projéteis contra Damasco.

O território de Guta Oriental é o último reduto controlado pelos rebeldes perto da capital síria. Segundo o jornal "Al Watan", ligado ao governo, os bombardeios "são o prelúdio de uma operação terrestre de grande envergadura que pode começar a qualquer momento".  Na terça-feira (20), a ONU pediu o fim imediato dos ataques contra civis em Guta Oriental. Também na terça, a Anistia Internacional afirmou que os ataques constituem crimes de guerra e pediu ação imediata da comunidade internacional. 

 

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