Oficial de Justiça acusa PM de ação truculenta

Polícia Militar nega que tenha havido truculência e diz que "apenas executou seu trabalho, dentro da legalidade, da técnica e da missão de agente da segurança pública"

por Lorena Andrade qui, 22/02/2018 - 19:48
LeiaJáImagens LeiaJáImagens

Representantes da Associação dos Servidores do Poder Judiciário de Pernambuco (ASPJ-PE) e do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Pernambuco (Sindojus-PE) denunciaram nesta quinta-feira (22) que um oficial de Justiça sofreu uma ação truculenta da Polícia Militar na noite da última quarta-feira (21). De acordo com o grupo, o servidor do Poder Judiciário foi até a casa de uma mulher no bairro Porta Larga, em Jaboatão dos Guararapes, para informá-la sobre as medidas protetivas que receberia - ela era vítima de agressão. Ao sair de lá, afirmam os denunciantes, o oficial teve seu carro interceptado por uma viatura da Polícia Militar. Ainda segundo a denúncia, o marido da mulher seria agente da corporação.

De acordo com a denúncia, os policiais armados obrigaram o homem a descer do veículo e revistaram todo o carro, incluindo a pasta de trabalho com documentos que correm em segredo de Justiça. Para chamar atenção do caso, a comissão fez um protesto na tarde desta quinta-feira (22) em frente à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), na avenida Conde da Boa Vista, no bairro da Boa Vista, área central do Recife.  

Procurada pela reportagem do LeiaJá, a Polícia Militar negou que tenha havido truculência dos policiais militares e afirmou que a corporação “apenas executou seu trabalho, dentro da legalidade, da técnica e da missão de agente da segurança pública”. A polícia disse, também, que o oficial de justiça agrediu verbalmente os guardas. “Policiais do 6º Batalhão da PM estavam fazendo patrulhamento nas vias de Porta Larga, em Jaboatão dos Guararapes, quando se depararam com um veículo, de vidros escuros e com emplacamento de Alagoas, parado em uma rua deserta. Como é feito nesses casos, foi realizada a abordagem. Havia dois homens no veículo. Por duas vezes, os policiais ordenaram para que descessem do carro, sem sucesso. Ao sair, o senhor Fábio Fernando da Silva agrediu verbalmente os agentes e se identificou como servidor do Poder Judiciário”, diz a nota da Polícia Militar enviada à reportagem. 

Ainda segundo a PM, o oficial tratou mal os policiais e recusou-se a colaborar com os procedimentos de revista e identificação. “Devido a essa recusa e conduta diante da autoridade policial, o oficial de justiça foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, onde foi lavrado um Boletim de Ocorrência por desacato”, declara a nota da Polícia Militar. Após o procedimento, o homem foi liberado. Questionada, a PM não informou se o marido da mulher que recebeu as medidas protetivas é policial militar.

COMENTÁRIOS dos leitores