Além de gasolina, já falta gás de cozinha no Recife

Greve nacional dos caminhoneiros afetou o abastecimento do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Em estabelecimentos do Grande Recife, produto é escasso

por Eduarda Esteves qui, 24/05/2018 - 18:52

A greve nacional dos caminhoneiros chega ao quarto dia nesta quinta-feira (24) e além de enfrentar a escassez de combustíveis e produtos do setor alimentício, a paralisação também afetou o abastecimento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), utilizado na cozinha. 

Na Região Metropolitana do Recife, os estabelecimentos já registram o baixo estoque de gás de cozinha e em muitos pontos de venda não há mais o produto. 

No bairro da Boa Vista, o administrador da Recife Gás, Felipe Braz, diz que o gás acabou ainda na quarta-feira (23) a noite e ao longo de hoje já recebeu mais de cem ligações durante o dia. "O estoque era reabastecido diariamnte, chegavam 80, 100 botijões. Estamos sem resposta e sem previsão nenhuma de receber o produto. E isso é muito complicado porque as desepesas e os custos ficam os mesmos e a gente não tem como pagar", lamentou Braz. 

Ele também alertou para o abastecimento de água no Grande Recife. O estabelcimento fica localizado na Rua Barão de São Borja, no bairro da Boa Vista, área central do Recife e de acordo com Felipe, os moradores da região já estão solicitando a entrega em grande número de garrafões de água.

"A venda de água por enquanto está normal, mas a partir do fim de semana a tendência é que comece a faltar água na casa das pessoas. Não só aqui, mas em outros depósitos porque a gente depende diretamente desses caminhões e sem o diesel é impossível transportar", explicou o administrador.

No bairro da Madalena, na Zona Norte do Recife, a gerente Bruna Juliana da distribuidora M.B. Águas E Gás disse que não tem previsão de retomar as vendas do gás de cozinha e que ainda resta garrafões de água porque o estoque não é pequeno. "Mas, se eles não resolverem o problema com o diesel o caminhão não vai ter como trazer e aí só teremos água até o próximo domingo", alertou.

A paralisação nacional compromete outros serviços, como os de aviação, correios, venda de combustíveis automotivos, além dos comércios atacadista e varejista.

De acordo com o Sindigás, que representa as empresas distribuidoras do produto no país, há veículos de transporte de GLP parados em estradas bloqueadas, impossibilitados de transportar o derivado de petróleo para as bases que não dispõem de dutos instalados entre as refinarias e as distribuidoras.

“A interdição das principais rodovias brasileiras impede a saída dos caminhões que transportam o gás, seja a granel ou em botijões, das bases de enchimento das distribuidoras até o consumidor final ou até as revendas de gás. O Sindigás chama atenção para o fato de que os riscos de desabastecimento atingem todas as regiões brasileiras podem causar prejuízos ao funcionamento de serviços essenciais, como hospitais, escolas e creches, além de residências e o segmento empresarial”, afirmou em nota.

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