A cada 6 horas, uma pessoa morre de acidente de moto em PE

Dados do Cepam mostram que número total de acidentes em 2017 representou R$ 1,1 bilhão em gastos públicos com saúde

por Nathália Guimarães qua, 13/06/2018 - 12:43
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Dos mais de 31 mil acidentes registrados em 2017, 25% dos condutores não usavam capacete Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Um levantamento do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam) revelou que a cada 6 horas uma pessoa morre vítima de acidente de motocicletas em Pernambuco.

A pesquisa também aponta que 11% de todos os atendimentos por acidentes com motocicletas realizados na maior emergência da capital pernambucana, o Hospital da Restauração (HR), acabam com a vítima perdendo o pé por amputação ou mesmo o movimento das pernas, com, no mínimo, uma paraplegia.

O alarme foi dado pelo médico cirurgião Hélio Calábria, do Cepam, durante audiência pública proposta pelo vereador Rodrigo Coutinho (SD). Segundo o levantamento, o número total de acidentes em 2017 excedeu os 31 mil casos e representou nada menos que R$ 1,1 bilhão em gastos públicos com saúde.

"Recife precisa encarar esse problema de frente, como uma questão de saúde pública, não só de trânsito, envolvendo educação e conscientização. É preciso reduzir esse número de acidentes para que os hospitais possam se voltar a outros problemas, não tão evitáveis", argumenta o vereador.

Dos mais de 31 mil casos de acidentes registrados no ano passado, 25% dos condutores não usavam capacete e 55% sequer possuíam habilitação. "Se temos a maior emergência pública do estado com metade dos leitos ocupados por acidentes de motos, temos uma epidemia", defende o médico cirurgião do comitê, Hélio Calábria.

Segundo dados do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), as motocicletas representam 27% da frota, mas 75% das indenizações por morte ou invalidez. Outro dado levantado é que 42% dos acidentes são concentrados nos finais de semana.

Para a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, o problema é delicado, mas exige mais do que apenas a fiscalização que muito se cobra da autarquia. "Não se pode ter uma ação, mas um conjunto de ações, em que se destaca a educação. E esse esforço vem sendo feito, junto à fiscalização. Tanto que os acidentes com motos já chegaram a ser 70% do total e hoje é de 31%", afirma.

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