Aldeia: forma como médico foi morto ainda é um mistério

Buscas dentro de cacimba onde estavam os restos mortais do médico foram encerradas nesta quinta (12) e agora a perícia trabalha para identificar a causa mortis

qui, 12/07/2018 - 19:03

A Polícia Civil encontrou na tarde desta quinta-feira (12) a cabeça e o tronco do médico Denirson Paes da Silva, de 54 anos. Assim como as outras partes encontradas até o momento, os membros estavam em uma cacimba de mais de 25 metros na casa em que ele morava com a família no condomínio de luxo Torquato Castro, em Aldeia, Camaragibe. 

Segundo a polícia, os membros encontrados hoje podem auxiliar no esclarecimento da causa da morte. Após quatro dias de escavações feitas por uma máquina, a polícia afirma que já achou 90% do corpo e que as buscas foram encerradas nesta quinta. “Foi um passo significativo na investigação. A chance de esclarecer a causa mortis é maior”, afirmou o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kherle. Os membros inferiores e superiores, o tronco e a cabeça da vítima foram encontrados e vão passar por perícia necroscópica.

Nesta quinta-feira (12), o presidente da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Antônio de Melo e Lima, negou o habeas corpus que pedia a soltura da farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes e do engenheiro Danilo Paes. A esposa e o filho do médico são suspeitos de homicídio qualificado e ocultação de cadáver e estão presos desde o último dia 5. 

Na terça-feira (10), a Polícia Civil realizou uma coletiva divulgando que o resultado de DNA apontou que os restos mortais encontrados na casa de Denirson são mesmo do médico. O resultado do teste de DNA levou quatro dias para ficar pronto e foi realizado pelo Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC). A polícia diz não haver dúvidas de que o corpo foi ocultado e esquartejado.

O CASO

No dia 20 de junho, a esposa do médico foi até a Delegacia de Camaragibe para registrar o desaparecimento do companheiro ocorrido no dia 31 de maio. Ela alegava que o marido teria viajado e não mais voltado. A polícia começou a suspeitar de familiares porque Jussara demorou para relatar o desaparecimento já que o médico estava sumido há mais de duas semanas, e não havia movimentação na conta bancária dele.

Quando os restos mortais foram encontrados, no dia 4 de julho, o filho mais velho teria dito que o pai poderia ter se suicidado. O Instituto de Criminalística fez uma perícia que apontou vestígios de sangue em dois banheiros e um corredor da casa. Foi constatado ainda que o local passou por profunda limpeza e que há sinal de arrastamento no corredor que dá acesso à cacimba. Os peritos constataram, ainda, que areia e brita foram jogadas na cacimba. Além de cloro líquido e em pastilha pra evitar a proliferação de bactérias - o que reforça a tese de premeditação.

Jussara e Danilo foram encaminhados para audiência de custódia pelo crime de ocultação de cadáver. Mãe e filho conseguiram a liberdade, mas antes que deixassem o fórum foram presos através de um mandado de prisão temporária por homicídio.

A principal linha de investigação da polícia até o momento é de que o crime tenha sido motivado por um pedido de separação feito pelo médico. Em depoimento, o caçula revelou que o pai queria se afastar da residência e que Danilo não tinha uma boa relação com o cardiologista.

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