Passeata em defesa do aborto reúne milhares no Chile
A ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990) criminalizou o aborto sob todas as formas em 1989, e assim permaneceu por 26 anos, até a presidente e pediatra Michelle Bachelet aprovar a descriminação do aborto em três casos: risco de vida para a mãe, inviabilidade do feto e estupro
Milhares de pessoas participaram nesta quarta-feira (25), em Santiago, de uma manifestação em defesa da legalização do aborto no Chile, declarando insuficiente a lei atual, que permite a interrupção da gravidez apenas em nível terapêutico.
Em uma fria noite de inverno, uma multidão carregando cartazes e lenços verdes ocupou a Avenida Alameda, a principal artéria de Santiago, para exigir a legalização total do aborto no Chile, com as mulheres tendo o direito de decidir - de forma segura e gratuita - pela interrupção da gravidez.
"O aborto livre é um direito humano básico. Esta passeata é necessária para se conseguir o que sempre desejamos, nos dá mais força no caminho para a liberdade", disse à AFP Isidora, uma estudante de 19 anos que participou do evento.
A ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990) criminalizou o aborto sob todas as formas em 1989, e assim permaneceu por 26 anos, até a presidente e pediatra Michelle Bachelet aprovar a descriminação do aborto em três casos: risco de vida para a mãe, inviabilidade do feto e estupro.
A lei promovida por Bachelet foi aprovada pelo Congresso em setembro de 2017, após o Tribunal Constitucional rejeitar os recursos apresentados por partidos conservadores de direita.