Chance de catarata aumenta na menopausa, diz especialista

De acordo com a oftalmologista Adriana Valença, com a chegada da menopausa, as mudanças hormonais provocam nas mulheres alterações no organismo

seg, 08/10/2018 - 20:29
Bruna Evelin/Flirck Bruna Evelin/Flirck

Na próxima quinta-feira (11), é celebrado o Dia Mundial da Visão e a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR) alerta para um dado importante: as chances de a mulher desenvolver a catarata aumentam na menopausa. De acordo com a oftalmologista do Instituto de Olhos do Recife, Adriana Valença, o profissional da área pode ajudar a mulher nessa etapa e verificar se as mudanças hormonais provocam síndrome do olho seco, sensibilidade à luz, coceira nos olhos ou mesmo catarata precoce.

Adriana explica que o acompanhamento médico pode corrigir esses ou outros problemas oculares diagnosticando-os precocemente e minimizando os incômodos sintomas. “Com a chegada da menopausa, as mudanças hormonais provocam nas mulheres alterações no organismo. Nessa fase, é indispensável fazer um acompanhamento médico para diagnóstico de problemas que podem ocorrer com a saúde, inclusive oculares. O desenvolvimento da catarata pode até não ter correlação direta ou ser efeito da menopausa, mas é um fato que merece atenção, uma vez que a doença tem solução acessível à população e cura”, explica. 

A doutora ressalta que identificar a olho nu a catarata não é comum e, no início, pode não ser percebida com facilidade pelos portadores. “Somente o oftalmologista pode solicitar os exames que são necessários para a confirmação do diagnóstico, assim como indicar o melhor procedimento para o tratamento”, orienta a doutora Adriana.

No entanto, alguns sintomas da catarata podem ser observados como uma perda discreta da qualidade da visão, diminuição da acuidade visual noturna e visão desbotada das cores. “Já na progressão da catarata, a visão passa a ficar mais turva e embaçada. Por isso, coisas que a mulher costumava fazer de forma rotineira como ler, assistir à TV ou caminhar, podem ficar mais difíceis por conta do avanço da catarata”, explica. 

"As chances de uma mulher desenvolver catarata pode estar associada ao fato do organismo interromper a circulação de estrogênio [hormônio feminino] alterando uma das camadas que formam o cristalino [lente natural do olho], que também precisa deste hormônio para bloquear a produção de uma proteína que causa a catarata”, explica a doutora Adriana. Alguns especialistas inclusive prescrevem reposição hormonal para impedir o desenvolvimento da catarata.

A catarata pode se manifestar em um dos olhos apenas, dependendo da causa. Para o tratamento, a solução é a cirurgia. O método mais usado é a facoemulsificação, que permite a retirada do cristalino opaco e a substituição por uma lente intraocular.

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