Encontro de ex-alunos celebra amizades de 50 anos
Amigos que se conheceram no colégio Paes de Carvalho, em Belém, nas décadas de 60 e 70, se reuniram no segundo reencontro deste ano
Amigos há mais de 50 anos, os alunos das décadas de 60 e 70 do colégio Paes de Carvalho não deixaram que o tempo apagasse a chama da amizade e participaram do segundo reencontro deste ano, em um restaurante, no centro de Belém. O reencontro reuniu amigos que moram fora do Estado e vieram à capital paraense para participar do Círio 2018.
“O que estou sentindo não era imaginável. Estou em Belém para passar o Círio com minha família e de repente me chegou o conhecimento de que havia essa reunião, esse encontro de confraternização, e aceitei de imediato vir aqui. Encontrar essas pessoas, de uma fase em que vivi intensamente, no Paes de Carvalho, está sendo uma coisa extraordinária, emocionante”, disse Tupinambás Lima, engenheiro agrônomo aposentado, que mora no Acre.
Durante o tempo de escola, surgiram muitos amores como o de Ana Lúcia Andrade e Raul Andrade, que moram em São Paulo e também participaram do Círio. O casal aproveitou para se reunir com os amigos que não viam havia anos.
Ana Lúcia e Raul se conheceram no Paes de Carvalho, se casaram, tiveram três filhos e hoje são avós de quatro netos. “Fiz admissão no Paes de Carvalho em 1961, e em 1965 estávamos no primeiro ano cientifico e fomos à festa de 15 anos de uma amiga, lá eu conheci o Raul. Em 26 de junho de 1965 ele me pediu em namoro, nos jogos do Paes de Carvalho, e começamos a namorar”, disse Ana Lúcia, dentista.
Logo depois do início do namoro, o casal saiu do Paes de Carvalho para cursar o nível superior. Um amor que começou na escola completa seus mais de 50 anos. “Saímos do Paes de Carvalho em 1967, em 1968 eu entrei na faculdade de Odontologia, ele na de Medicina. Antes dele se formar nos casamos. Quando ele se formou eu já tinha dois filhos. Foi quando ele foi para São Paulo fazer residência e não aguentou ficar sozinho e me chamou e estamos lá até hoje. Para mim o meu colégio foi a melhor coisa”, detalhou Ana Lúcia.
Raul Andrade, médico, conta que a sua formação moral, escolar e sua base foram construídas no Paes de Carvalho, além da alegria do seu casamento. “Foi no Paes de Carvalho que eu conheci a Ana Lúcia, e hoje ela não é mais minha esposa, é minha cúmplice. O nosso namoro começou na classe, na sala de aula do Paes de Carvalho. É vida muito prazerosa que nós temos, junto dos nossos filhos e das nossas netas”, disse o médico.
Entre os ex-alunos estava Clara Koury, artista visual multimídia, que mora no Rio Grande do Sul, desde 1963, e retornou a Belém para viver o Círio e rever os amigos de escola. “A Fátima e a Dirce nos falaram desse encontro e eu achei muito bom. Estudei no Paes de Carvalho de 1963 a 1965 e a gente tem toda essa memória afetiva, dos amigos, e está sendo emocionante”, disse Clara.
Para a professora Dyrce Wagner, o segundo reencontro foi motivo de motivo de muita alegria por reunir ex-alunos do segundo colégio mais tradicional do país. “O grupo que se comunica pelo Whatsapp tem mais de 100 participantes revivendo aqueles tempos do Paes de Carvalho e a gente fica contente quando chega aqui”, disse a professora.
O professor Manoel Moutinho, que dava aula de matemática para os ex-alunos, afirmou que mesmo após fazer mestrado, no Rio de Janeiro, não conseguiu ficar longe da escola e voltou a dar aula no Paes de Carvalho assim que retornou para Belém. “Cheguei aqui, em 1968, como primeiro mestre em matemática do Estado do Pará e voltei para o Paes de Carvalho. Quando acabei o mestrado o meu professor me disse, vá fazer o doutoramento em Chicago. Eu disse para ele: já tenho os meus empregos no Pará, vou voltar e inspecionar alunos que podem vir para cá e continuar com o doutoramento. E eu voltei”, disse o ex-professor do Paes de Carvalho.
Camilo Delduque, engenheiro e ex-aluno do Paes de Carvalho, disse que a ideia do segundo reencontro se deu em função da alegria do primeiro. “É sempre bom a gente reencontrar. Por exemplo, hoje vieram pessoas que não vieram no primeiro encontro”, afirma o engenheiro.
Por Rosiane Rodrigues.