Novo governo gera boas expectativas para gestor da FCA
Antonio Filosa, presidente da Fiat Chrysler Automobiles para a América Latina, também anunciou que a Fábrica da Jeep de Goiana vai produzir um novo modelo de SUV para o mercado mundial
Foto: Leo Lara/Divulgação
Assumidamente o carro-chefe da estratégia global da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), também reconhecida como a joia da coroa, a Fábrica da Jeep de Goiana vai produzir um novo modelo de SUV para o mercado mundial. Presidente da Fiat para a América Latina, Antonio Filosa, não deu detalhes de como será o novo investimento da planta em Pernambuco, mas garantiu que já está em desenvolvimento.
Em entrevista à imprensa, realizada na planta da Fiat em Betim, Minas Gerais, Filosa apresentou os bons resultados do grupo em 2018 e adiantou algumas novidades para os próximos anos. O desempenho da FCA na América Latina contribuiu para que o grupo alcançasse os melhores números de sua história.
De acordo com o balanaço apresentado pela empresa global, o grupo comercializou 4,84 milhões de veículos, cerca de 102 mil unidades a mais do que no ano de 2017, chegando a um faturamento de 115,4 bilhões de euros. O crescimento foi de 34% em relação a 2017.
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Em Pernambuco, a Jeep também rendeu bons frutos ao longo do ano. Ao todo são 12 mil colaboradores trabalhando nos três turnos. Quatro anos após inauguração, complexo industrial da FCA em Pernambuco acelera o ritmo na contramão do recessão do ciclo econômico das atividades econômicas do Brasil.
Os números são impressionantes e a fábrica produziu 199 mil carros em 2018, aumento considerável em relação às 179 mil unidades fabricadas ali em 2017. De acordo com Filosa, dois dos três modelos da Jeep em Pernambuco, o Compass e o Toro, devem passar por renvação no primeiro semestre de 2019. O jeep Renegade já foi reestilizado em 2018.
"O Brasil está se tornando cada vez mais competitivo e esse otimismo em números representa para nós um crescimento muito importante. Queremos investir mais, temos muitos desafios pela frente", destacou Filosa. O gestor pontuou ainda a boa expectativa para o ano de 2019 no Brasil. "Esperamos que os números sejam ainda melhores tanto em Betim como em Pernambuco. Estamos otimistas com o novo governo de Jair Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes. Isso nos anima", declarou.
Para 2019, a FCA espera que a economia brasileira se modernize e algumas reformas sejam aprovadas, como a da previdência, a qual Filosa considera urgente para o plano de desenvolvimento da empresa.
Nas contas da FCA, o Brasil vai crescer entre 2,5% e 3%, no PIB, e isso deve gerar o aumento da demanda de veículos em 8%. "Temos um plano de desenvolvimento para 2023 e ele não vem com um cheque em branco. É uma série de aprovações, cada mês temos reuniões e discutimos os planos de cada região", explicou o presidente da FCA.
Foto: Leo Lara/Divulgação
De acordo com o grupo, o investimento para a América Latina é de R$ 14 bilhões até 2023. Entre outros objetivos, o grupo busca alcançar segmentos de renda mais alta. Os bilhões englobam o plano global de investimentos de 45 bilhões de euros. O dinheiro deverá envolver o lançamento de mais de 15 produtos da marca Fiat e de mais de 10 dos selos Jeep e RAM.
Em Betim, Filosa também anunciou que serão lançadas novas edições especiais dos modelos existentes. Em 2020 a região também develançar um novo carro da linha. O presidente da FCA informou ainda que está otimista com a vinda de uma nova fábrica de motores para a Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Minas Gerais disputa com a Ásia a instalação da nova fábrica e segundo Filosa, os acionistas estão avaliando as duas localidadades. A chance do novo empreendimento ser instalado no Brasil é de 49% contra 51% dos asiáticos. A região de Goiana não foi cogitada para receber a fábrica por questões logísticas.
Betim já possui outras fábricas de motores e por isso a escolha pela região. "Queremos gerar ainda mais renda e emprego para o Brasil. Estamos otimistas em ganhar essa fábrica, mas os acionistas estão avaliando a economia, estababilidade e competitividade das duas localidades. “A competitividade dos asiáticos é maior, mas Betim tem mão de obra qualificada”, destaca o executivo.