Após 5 anos, homem que atropelou e matou 6 jovens é preso
Hattori chegou a ser preso pelos crimes de homicídios e lesões corporais, agravados pelo fato de estar dirigindo bêbado - o exame apontou 0,63 mg de álcool por litro de sangue -, mas ficou menos de um mês na prisão
Cinco anos após o acidente, o comerciante Fábio Hiroshi Hattori, que atropelou e matou seis jovens na saída de uma festa, em abril de 2014, foi preso na tarde desta quinta-feira (11), em Sorocaba, interior de São Paulo. Ele vai cumprir a prisão em regime semiaberto 4 anos e 10 meses de prisão. O acidente, no km 107 da rodovia Raposo Tavares, deixou outras seis pessoas feridas - algumas têm sequelas até hoje. O teste do bafômetro mostrou que o motorista estava embriagado.
Hattori chegou a ser preso pelos crimes de homicídios e lesões corporais, agravados pelo fato de estar dirigindo bêbado - o exame apontou 0,63 mg de álcool por litro de sangue -, mas ficou menos de um mês na prisão. Na época, o Ministério Público Estadual em Sorocaba entendeu que os crimes eram de modalidade culposa (sem intenção) e ele obteve o direito de responder em liberdade, após pagar fiança de R$ 29 mil.
Em primeira instância, o comerciante foi condenado pela 3ª Vara Criminal de Sorocaba a 3 anos e 6 meses de prisão, mas a pena foi substituída pela prestação de serviços comunitários.
As partes entraram com recursos e, no final do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aumentou a pena para 4 anos e 10 meses de prisão em regime semiaberto. Como a decisão é de segunda instância, a Justiça de Sorocaba entendeu que o réu deve iniciar de imediato o cumprimento da pena e mandou prender o comerciante. Hattori foi levado para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Porto Feliz. Ele pode ser autorizado a trabalhar durante o dia, retornando à prisão para passar a noite.
A promotoria criminal de Sorocaba entrou com recurso para que a pena tenha novo aumento. O advogado de defesa Mário Del Cistia Filho informou ter entrado com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que o comerciante seja absolvido. Segundo ele, as provas indicam que o acidente aconteceu porque Hattori dormiu ao volante e não em função de ter bebido.
Na manhã em que aconteceu o atropelamento, um grupo de jovens saía de uma festa numa chácara e se dirigia a um ponto de ônibus, na margem da rodovia Raposo Tavares, em Sorocaba, quando a picape dirigida por Hattori invadiu o acostamento e os atropelou. Morreram no acidente Amanda Oliveira Alquati, de 17 anos; Leonardo Wagner Ribeiro, 19; Lucas Alexandre Vieira, 20; Giovanni Cartezano Inocêncio, 17; Evelyn Caroline Fernandes, 15; e Guilherme Santos Modesto, de 18 anos.