Nova Zelândia reabre mina para recuperar corpos

Os homens morreram na mina Pike River em novembro de 2010 por uma explosão provocada pelo acúmulo de gás metano inflamável

ter, 21/05/2019 - 07:09
Handout A explosão de novembro de 2010 na mina Pike River foi um dos piores acidentes industriais da Nova Zelândia Handout

Uma mina de carvão na qual morreram 29 pessoas em um dos mais graves acidentes da história da Nova Zelândia foi reaberta nesta terça-feira (21), após nove anos, e especialistas iniciaram o longo processo de recuperação dos restos mortais.

Os homens faleceram na mina Pike River em novembro de 2010 por uma explosão provocada pelo acúmulo de gás metano inflamável.

A mina da Ilha Sul foi selada pelo temor de novas explosões, o que enfureceu as famílias, que desejavam recuperar os corpos de seus parentes.

Especialistas afirmaram que a mina era muito perigosa para entrar, mas as famílias das vítimas argumentaram que era a única maneira de determinar a causa da explosão que matou 24 neozelandeses, dois australianos, dois britânicos e um sul-africano.

A controvérsia foi tão intensa que quando a primeira-ministra Jacinda Ardern foi eleita em 2017, sete anos depois do acidente, ela nomeou especificamente o ministro Andrew Little para supervisionar a reabertura da mina.

Little anunciou que o lacre do túnel de acesso à mina Pike River havia sido retirado. "Hoje retornamos", disse o ministro, que descreveu a tragédia como a "consequência de uma falha empresarial e regulatória".

"A Nova Zelândia não é um país onde 29 pessoas podem morrer no trabalho sem que as contas sejam verdadeiramente prestadas (...) e é por isto que hoje cumprimos nossa promessa".

O avanço na mina será lento porque os trabalhadores tentarão minimizar o risco de outra explosão de metano. "O projeto de recuperação acontecerá de maneira profissional", disse o ministro. "O mais importante é que acontecerá de maneira segura".

Uma investigação oficial em 2012 criticou as práticas de trabalho inseguras na mina e destacou que o local não deveria ser operacional. A polícia afirmou que não existiam provas suficientes para apresentar acusações por homicídio contra os diretores do local.

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