Pirâmide financeira usa feminismo para enganar mulheres
A sororidade, o sagrado feminino e a ideologia espiritual são os pilares para convencer novas participantes a participar da 'Mandala da Prosperidade'
Através do esquema que promete multiplicação de lucros através do apoio feminista, a 'Mandala da Prosperidade' ou 'Telar dos Sonhos', vem enganando mulheres em países como Estados Unidos, México Peru, e agora no Brasil. A intenção é promover uma alternativa econômica ao machismo estrutural, entretanto, segue a mesma lógica das pirâmides financeiras - que alicia novos membros para gerar faturamento.
A sororidade, o sagrado feminino e a ideologia espiritual são os pilares para convencer novas participantes, já que o esquema, teoricamente, emana uma energia alimentada pela união das mulheres em busca de sonhos e da liberdade patriarcal. De acordo com as palavras de ex-adeptas mexicanas a Vice, os encontros ocorrem com frequência e tem um ar de palestra motivacional, com festas para comemorar os ganhos atingidos. "Os aplausos não paravam, eram como festas de aniversário”, relatou.
Para participar da Mandala da Prosperidade, a mulher precisa ser convidada por alguma participante do grupo e depois pagar cerca de 1.700 dólares. Dessa forma, a novata torna-se uma 'Mulher Fogo', enquanto a amiga que fez o convite passa a ser 'Mulher Ar', após cativar duas participantes. Passada essa etapa, é a vez da novata convidar mais duas mulheres e assim por diante.
Após o estágio 'Ar', a próxima etapa é 'Terra', culminando no centro da Mandala (ou topo da pirâmide) que é o nível 'Água'. A promessa é que na etapa final, a mulher receba a soma dos 1.700 dólares entregues por todas as mulheres que chegaram depois. Após receber a quantia, ela deve recomeçar como 'Mulher Fogo' em uma nova Mandala.