Trégua nos ataques aéreos e combates na Síria

Ataques foram interrompidos neste sábado após o cessar-fogo anunciado pela Rússia, país aliado do presidente sírio Bashar al-Assad

sab, 31/08/2019 - 10:59
Omar HAJ KADOUR Vista aérea da cidade de Al Tahn, na região noroeste da Síria, em 25 de agosto de 2019 Omar HAJ KADOUR

Os bombardeios aéreos em Idlib, província do noroeste da Síria sob controle rebelde e jihadista, foram interrompidos neste sábado após o cessar-fogo anunciado pela Rússia, país aliado do presidente sírio Bashar al-Assad.

"Não há aviões de guerra no céu e os ataques aéreos cessaram", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Após o início do cessar-fogo unilateral declarado às 6H00 locais também foram interrompidos os confrontos terrestres entre o exército sírio e os insurgentes na parte sul de Idlib, afirmou Rahman, que no entanto citou disparos de artilharia.

Na sexta-feira, o Centro Russo para a Reconciliação na Síria anunciou um cessar-fogo unilateral das tropas sírias a partir da madrugada de sábado.

O Centro Russo pediu em um comunicado "aos comandantes dos grupos armados que renunciem às provocações e se unam ao processo de solução pacífica nas zonas que controlam".

"A trégua tem por objetivo estabilizar a situação", completa a nota.

A agência oficial síria SANA anunciou neste sábado que Damasco aceita o acordo, mas o exército sírio destacou que se "reserva o direito de reagir às violações" da trégua por parte dos jihadistas e dos grupos rebeldes.

Após vários meses de intensos bombardeios das aviações russa e síria, as forças de Bashar al-Assad iniciaram em 8 de agosto uma ofensiva terrestre em Idlib, controlada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir Al Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda).

Este é o esforço mais recente da Rússia para evitar o que a ONU descreve como um dos "maiores pesadelos humanitários" do conflito.

Poucas horas antes do início da trégua, um bombardeio russo atingiu um centro médico em Aleppo e deixou diversos feridos, segundo o OSDH.

"O número de ataques contra instalações médicas, de ensino e pontos de abastecimento de água é o maior no mundo", declarou na sexta-feira Panos Moumtzis, diretor humanitário da ONU na Síria. "Isto é inaceitável", completou.

Durante a semana, o exército sírio conquistou novos territórios na região, ao assumir o controle da cidade estratégica de Khan Sheikhun, ao sul de Idlib.

No momento, o regime de Bashar al-Assad controla quase 60% do país.

Desde o início, em 2011, a guerra na Síria provocou mais de 370.000 mortes.

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