Black Friday deve movimentar R$ 3,67 bilhões em vendas
Este é o maior faturamento com a data em uma década
O varejo brasileiro deve movimentar R$ 3,67 bilhões em vendas na Black Friday deste ano, o maior faturamento com a data em uma década, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Aparelhos de telefone celular, eletrodomésticos e móveis têm os maiores potenciais de descontos efetivos, apontou a entidade, após levantamento diário de preços de mais de dois mil itens feito nos últimos 40 dias.
O evento promocional, que ocorre na última sexta-feira de novembro, já é a quinta data mais importante para o setor varejista, atrás apenas do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. Se confirmada a previsão da CNC, as vendas terão um aumento de 10,5%, o equivalente a um crescimento de 6,8% em relação à mesma data do ano passado se descontada a inflação do período.
"O que está por trás desse aumento? A inflação está muito baixa, isso ajuda especialmente num evento que lida com preços, como a Black Friday. O prazo do crédito está maior, o que carrega a dívida mais para longo prazo, mas ajuda no curto prazo. E temos a liberação de recursos extraordinários do FGTS. Essa combinação de fatores garante um Natal bom e a Black Friday com a maior movimentação financeira desde que começou no País", enumerou o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC.
O segmento de eletroeletrônicos e utilidades domésticas deverá ser o destaque deste ano, com R$ 929,4 milhões em vendas no período de liquidações, seguido pelos ramos de hipermercados e supermercados (R$ 899,3 milhões) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 845,5 milhões).
Os produtos com as maiores chances de descontos efetivos são calças masculinas, fornos de micro-ondas, pulseiras smartbands, guarda-roupas e telefones celulares ou smartphones, apontou Bentes.
Os departamentos com maior potencial de mostrarem promoções de fato atraentes durante a Black Friday são os que registraram menor elevação de preços em relação ao patamar mais baixo encontrado nos últimos 40 dias pela pesquisa da CNC em sites de comparações de preços. Ou seja, os descontos precisam superar o aumento médio de 7% em relação ao piso observado nos últimos 40 dias para telefones celulares; 8% para eletrodomésticos; 9% para móveis e artigos de decoração; 9% para artigos de moda e acessórios; 10% para equipamentos de informática.
"No caso do telefone celular, se o desconto for de 5% na Black Friday, não teve desconto efetivo. Se o desconto for de 10%, o desconto efetivo foi de 3%", exemplificou Fabio Bentes.
Entre os departamentos que mais aumentaram preços nos últimos 40 dias, os descontos da Black Friday serão efetivos se superaram os 25% de elevações registradas tanto pelos games quanto pelos artigos de esporte e lazer.
Os departamentos com médio potencial de descontos efetivos foram eletroportáteis (alta média de 11% acima do piso dos últimos 40 dias), televisores e eletrônicos (11%) e perfumaria e cosméticos (14%).