Asma atinge aproximadamente 10% dos brasileiros

No Dia Nacional de Controle da Asma saiba um pouco mais sobre a doença e sua relação com a Covid-19

por Katarina Bandeira dom, 21/06/2020 - 10:26
Freepik Com a chegada do frio e das chuvas do inverno os episódios dessas crises podem se tornar mais frequentes Freepik

Falta de ar, respiração ofegante, dores no peito. Quem tem asma costuma conhecer muito bem esses sintomas de desconforto respiratório que, muitas vezes, persistem por toda uma vida. Estima-se que cerca de 10% da população brasileira (21 milhões de pessoas) têm ou já teve sintomas da doença ao menos uma vez. Tanto que, para ajudar na conscientização da população, celebra-se neste domingo (21), o Dia Nacional de Controle da Asma.

"Você sabe que está convivendo com uma doença que pode se tornar grave o tempo todo, mas que também não tem cura e aí você acaba aprendendo a lidar com isso", conta o analista financeiro Rafael Vasconcelos, que tem entre os principais causadores das crises da doença, o contato com mofo ou poeira. "Se eu entrar num quarto que está fechado há muito tempo é gatilho", diz. 

Com a chegada do frio e das chuvas do inverno, os episódios dessas crises podem se tornar mais frequentes. Isso se dá porque a asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica que tem entre os sintomas recorrentes faltas de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito. Apesar disso, de acordo com o chefe do Ambulatório de Pneumologia do HC, Ângelo Rizzo, apenas de 1% a 2% da população brasileira desenvolve as formas mais graves, que necessitam de atendimento e acompanhamento em serviços de saúde. 

Sintomas e ativadores

A asma pode ser ativada por um conjunto de fatores genéticos e ambientais. Portadores da doença podem ser sensíveis a poeira, ácaros, fungos, pólens, pelos de animais, fezes e corpo de barata, poluição, fumaça de cigarro, variação climática, frio, entre outros. Os sintomas também podem ser desencadeados por outros fatores, como infecção respiratória viral, alteração emocional e esforço físico. 

Apesar de bastante conhecida, a asma é uma doença sem cura e seu tratamento é baseado no controle dos sintomas. "Você vai todo dia descobrindo o que lhe faz mal e o que não faz para criar seus mecanismos de defesa. Tenho que ir anualmente para um pneumologista, para verificar se a asma está ativa ou inativa. O acompanhamento é para deixá-la inativa", explica Rafael.

Cuidados e onde tratar

Além disso, os cuidados com a manutenção de um ambiente limpo e arejado são essenciais para a tranquilidade de um asmático. Em casos mais graves o uso de medicamentos auxilia no controle da frequência e da intensidade da doença. "Eu troco muito meu lençol, limpo ar condicionado e ventilador mais do que o normal. Tiveram momentos que eu tive que usar travesseiros  especiais também. Hoje, lavo as roupas antes de usar. Se uma roupa está há mais de 20 dias no guarda-roupa, eu tenho que lavá-la ou ela pode me levar à uma crise", relata o analista. 

Para quem procura um tratamento especializado, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco tem três ambulatórios específicos para tratar os asmáticos: o de Asma Grave, o de Asma na Gravidez e o de Asma na Infância, além de uma série de pesquisas científicas desenvolvidas sobre o assunto. Algumas dessas pesquisas apontam, inclusive, que relação da asma com a Covid-19, não foi comprovada estatisticamente. “Estudos seguem sendo realizados para explicar isso, mas duas hipóteses têm sido apontadas: a medicação da asma poderia evitar a evolução da Covid para a sua forma mais grave; ou a própria resposta imunológica do asmático que combateria a evolução da Covid”, explica Ângelo Rizzo, em publicação para a UFPE.

COMENTÁRIOS dos leitores