Portland tem mais tensão entre manifestantes e policiais
Cidade tem sido. há dois meses. cenário de protestos
A polícia lançou gás lacrimogêneo, na madrugada deste sábado (25), para dispersar manifestantes na cidade norte-americana de Portland, nos mais recentes protestos contra o racismo e a brutalidade policial.
Portland, no estado do Oregon, tem sido há dois meses cenário de protestos.
No ínicio, assim como aconteceu em várias cidades do país, a multidão tomou as ruas para protestar contra o racismo, após a morte, em Minneapolis, do afro-americano George Floyd nas mãos de um policial branco.
Depois, a revolta cresceu diante do polêmico envio de agentes federais, ordenado pelo presidente Donald Trump, para a segurança das cidades onde houve protestos.
Apoiada por agentes federais, a polícia local conseguiu dispersar a multidão de madrugada, usando gás lacrimogêneo.
As manifestações se intensificaram em meados de julho, quando os agentes federais chegaram à Portland.
Em vários vídeos publicados nas redes sociais, estes agentes, vestidos com uniformes paramilitares e sem distintivos de identificação visíveis, aparecem usando veículos sem placa para deter os manifestantes, incendiando ainda mais os protestos.
O Departamento de Justiça abriu na última quinta-feira (23) uma investigação oficial sobre a bastante polêmica ação dos agentes federais.
Em campanha para sua reeleição em novembro, Trump disse que o envio dos agentes federais buscava "restaurar a ordem".
Na quarta-feira, ele anunciou que a presença de agentes federais em Chicago e em outras cidades será intensificada, após o ressurgimento da criminalidade e de tiroteios.
Para além das tensões, também houve humor na manifestação da noite de sexta-feira em Portland, ao ritmo de tambores e de fogos de artifício, em meio aos aplausos da multidão.
Alguns se reuniram antes do anoitecer em frente a um monumento comemorativo dedicado aos cidadãos negros mortos pela violência policial.
"É incrível que venha tanta gente, então eu quero ser apenas mais uma voz", disse Sean Robinson, um gerente de informática. "E minha outra mensagem é que a vida dos negros importa!", afirmou, usando o slogan do movimento Black Lives Matter.
Na mochila de Daniel Douglas, de 31 anos, estava escrito "Federais fiquem longe".
"Não queremos que os federais de fora da nossa cidade ocupem a nossa cidade e aterrorizem nossas comunidades", explicou.