Família de paciente internada acusa HR de descaso

Jovem de 28 anos no Hospital da Restauração há 5 dias, tendo convulsões e entubada em uma ala vermelha

por Jameson Ramos sab, 22/08/2020 - 14:13
Cortesia Marido de Camila explica que o caso da esposa é crítico Cortesia

Os familiares da jovem Camila Emily Martins, 28 anos, internada no Hospital da Restauração, localizado no Centro do Recife, acusam a unidade médica de descaso. Com muitas crises convulsivas, Camila foi socorrida para o HR no último domingo (16), onde foi avaliada pelo neurologista e encaminhada para uma ala vermelha da unidade, ainda consciente.

Na segunda-feira (17), a jovem teve uma piora no seu quadro clínico e precisou ser entubada. Os familiares apontam que Camila precisa ser internada em uma ala de UTI, mas há cinco dias ela está, mesmo entubada, na sala vermelha do HR. 

“É uma sala chamada de 'extra 18', onde só deveria caber 18 pessoas, mas tem mais de 30 pacientes. A separação entre eles é de um palmo e os médicos mal conseguem entrar. Ela corre risco de infecção, tanto é que ela teve um problema na bexiga ontem (21)”, explica Wilker Paratiso, 27 anos, esposo da Camila.

Segundo ele, os médicos do HR afirmam que não existem vagas na UTI da unidade e por isso tentaram transferi-la para uma UTI do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), mas por conta da piora na saúde de Camila, não foi possível. A jovem sofre de Meningoencefalite, que é uma Inflamação do cérebro e dos tecidos circundantes, geralmente causada por infecção.

“Minha esposa está tendo convulsões de trinta em trinta minutos, que demora de um minuto a um minuto e meio. A gente não pode acompanhar ela, informações são poucas e o que a gente só está pedindo é essa transferência. Os médicos falaram que estão fazendo tudo o que podem, mas que precisam de aparelhos da UTI”, revela Wilker.

Os familiares alegam que tentaram pedir o auxílio do Ministério Público, mas não conseguiram porque, segundo afirmam, o órgão não está atendendo por conta da pandemia da Covid-19. “Eles pediram para a gente entrar em contato pela Ouvidoria, mas leva entre 24 a 48 horas para responder, fora isso, é um processo para o juiz liberar uma liminar”, comenta o esposo da paciente, que teme que o pior aconteça com a mulher.

Nossa equipe de reportagem solicitou posicionamento do Hospital da Restauração, mas até a publicação da matéria a assessoria não havia retornado.

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