Brasil deve começar a testar vacina russa em outubro
Publicação da revista The Lancet nesta sexta-feira (4) revelou que a vacina russa contra o novo coronavírus produziu resposta de anticorpos em todos os participantes dos testes em estágio inicial
O governo do Paraná informou nesta sexta-feira (4) que os testes no Brasil da vacina russa Sputnik V devem começar em um mês, após a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os exames serão feitos com dez mil profissionais de saúde voluntários.
Logo após o registro da vacina por parte da Rússia, o governo do Paraná firmou, em 12 de agosto, um acordo com Moscou para o desenvolvimento da Sputnik V no Brasil.
De acordo com o governo estadual paranaense, os resultados dos testes da vacina russa já tinham sido compartilhados com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) no final de agosto.
O pedido para que os testes sejam liberados pela Anvisa deve ser realizado em dez dias. O governo do Paraná, citado pelo G1, informou que o protocolo do pedido está sendo elaborado.
O registro da vacina Sputnik V foi realizado pelo Ministério da Saúde da Rússia em 11 de agosto, tornando-se a primeira vacina contra o novo coronavírus a ser registrada no mundo.
Imunidade e segurança
A publicação da revista The Lancet nesta sexta-feira (4) revelou que a vacina russa contra o novo coronavírus produziu resposta de anticorpos em todos os participantes dos testes em estágio inicial.
O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que financiou o desenvolvimento da vacina, declarou que a Sputnik V demonstrou uma resposta imune em 100% dos pacientes e não causou "eventos adversos graves em nenhum dos critérios, enquanto o nível de efeitos adversos de outras vacinas candidatas teve uma incidência de 1% a 25%".
O Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, citado pela The Lancet, informou que "o nível de anticorpos nos voluntários vacinados foi 1,4-1,5 vezes maior do que nas pessoas que adoeceram e venceram a doença".
Foi informado também que os dados apresentados pela The Lancet são o primeiro passo de uma série de publicações sobre a vacina russa Sputnik V em revistas científicas. Os resultados dos testes clínicos pós-registro [terceira fase], com a participação de 40 mil voluntários, serão publicados em outubro-novembro.