Maternidade do Agamenon Magalhães sofre com superlotação
Em visita de fiscalização à unidade, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco encontrou um cenário preocupante
Nesta quarta (23), a diretoria do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe-PE) realizou uma visita de fiscalização à maternidade do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. O cenário encontrado foi preocupante, com superlotação, pacientes e acompanhantes sem máscaras de proteção individual e sem o devido distanciamento necessário para a prevenção do contágio do coronavírus.
Segundo o Simepe, a maternidade do HAM que dispõe de leitos para 15 gestantes assiste, neste momento, a mais de 60, um número de pacientes quatro vezes maior que sua capacidade.
Para o secretário geral do sindicato, Tadeu Calheiros, o cenário inspira medidas urgentes. “Superlotação, pacientes pelo corredor, vários, um paciente a menos de um palmo de distanciamento do outro, no período de pandemia onde o próprio governo preza tanto pelo distanciamento, aqui no hospital os pacientes são obrigados a ficar um lado do outro, nas enfermarias e nos corredores. Isso é falta de um investimento crônico e de gerenciamento de rede”, disse em entrevista ao LeiaJá.
Ainda de acordo com o secretário, mesma situação enfrentam outras unidades do tipo, a exemplo da Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima, também localizada na Zona Norte do Recife.
Após a visita de fiscalização, o Simepe pretende publicizar o problema e procurar os órgãos competentes para que esse seja solucionado. “A exposição do problema pode ajudar muito a trazer a solução. Vamos conversar com a direção (do HAM) e encaminhar esse problema para a Secretaria de Saúde do Estado e para o Conselho Regional de Medicina, propondo soluções”.
Em nota enviada ao LeiaJá, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) que "reconhece a grande demanda registrada na maternidade do Hospital Agamenon Magalhães (HAM)".
Confira o comunicado na íntegra:
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reconhece a grande demanda registrada na maternidade do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), mas ressalta que o serviço, uma das principais referências estaduais, vem garantindo o atendimento à população. É importante destacar, no entanto, que essa demanda é motivada, principalmente, pela retração no atendimento de outras unidades da rede em decorrência do novo coronavírus.
Diante do alto fluxo de pacientes no centro obstétrico da unidade, a direção do serviço adotou uma série de medidas com o intuito de desafogar o serviço - seja em mutirão de avaliação para altas hospitalares das pacientes, transferências de usuárias para outros setores, proibição de acompanhantes nos casos em que não é necessária a presença, mediante diálogo com os familiares das pacientes.
Sobre a denúncia de não uso de máscaras no local, a unidade esclarece que são garantidos aos pacientes e funcionários todos os equipamentos de proteção individual necessários. Para os acompanhantes, é recomendado que as pessoas ingressem no serviço com suas próprias máscaras.
A equipe multiprofissional do serviço tem realizado um trabalho permanente de conscientização sobre a importância do uso das máscaras para evitar a contaminação do novo coronavírus, mas reforça que este é um hábito que depende de toda a comunidade que convive e transita pelo hospital.
A equipe do Sindicato de Médicos de Pernambuco (Simepe) recebida no serviço foi, inclusive, informada de todas as medidas adotadas na unidade e se dispôs a analisar possíveis estratégias para serem apresentadas à Secretaria Estadual de Saúde. A SES-PE informa que tem mantido diálogo constante com a categoria e que está à disposição para esclarecimentos e debates.