Último lixão em atividade no Grande Recife será desativado
Localizado em Camaragibe, lixão acumulava multas ambientais e deveria ter encerrado desde 2014
A Prefeitura de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, confirmou nesta sexta-feira (25), que o último lixão em atividade na RMR será desativado no dia 1º de outubro deste ano. O fechamento do lixão de Céu Azul, que funcionava desde 1991, está sendo possível depois de tratativas junto aos órgãos controladores e fiscalizadores do município e estado de Pernambuco.
“O fechamento do lixão é extremamente importante para Camaragibe. Nós somos o único município da Região Metropolitana do Recife com lixão ainda não desativado, descumprindo a Lei do Resíduo Sólido e desobedecendo ao prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para fechamento (encerrado em 2014)”, confirma a secretária de Infraestrutura e Serviços Públicos, Eryka Luna.
“São 12,47 hectares de área ocupados por resíduos que prejudicam o solo, o meio ambiente como um todo e a saúde dos catadores e pessoas que moram nas casas do entorno. A dificuldade financeira foi grande, mas enfim conseguimos dar este importante passo para a regularização da cidade”, complementa a secretária.
Ainda de acordo com Eryka, o município chegou a acumular multas ambientais, expedidas pela CPRH, por ter o lixão ainda em funcionamento, acarretando ainda mais despesa para o município. “Existia multa até de R$100 mil. Precisávamos realmente dar um basta nesta situação”, declarou.
A partir da data de fechamento, as 190 toneladas de lixo produzidas por dia pela população do município de Camaragibe serão destinadas à Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Igarassu, que venceu a licitação aberta neste ano. Para viabilização da utilização deste CTR, foi necessário o município realizar um projeto técnico para uma estação de transbordo, na qual os caminhões pequenos da cidade passam seus volumes às carretas e as mesmas levam os resíduos ao CTR - já que a Central encontra-se a certa distância de Camaragibe.
Catadores
Segundo a prefeitura, no lixão há cerca de 90 catadores. Com a desativação do local, a gestão municipal afirma que vem realizando ações para a capacitação, orientação e cadastramento dos catadores, que devem ser conduzidos para uma nova realidade.
“Uma boa parte desses catadores, que entendem a necessidade do fechamento do lixão e querem novas oportunidades de trabalho, nós iremos trazer para que trabalhem na limpeza urbana do município; outros, dependendo da escolaridade, estamos buscando oportunidades de estágio, emprego. Os que ainda estão resistentes, o comitê gestor da prefeitura, criado para conduzir a parte social do fechamento do lixão, já está trabalhando junto com eles na conscientização, capacitação e orientação”, explicou o secretário de desenvolvimento econômico, Maurivan Tenório.