Para atrair turistas, Veneza adia taxa de entrada
Inicialmente, cobrança entraria em vigor em julho deste ano
A Prefeitura de Veneza adiou por mais um ano a entrada em vigor da taxa de até oito euros, o equivalente a R$ 57 pela cotação atual, que será cobrada de turistas que não pernoitam no centro histórico da cidade.
Inicialmente, a cobrança estava prevista para entrar em vigor em 1º de julho de 2020, mas em março passado já havia sido adiada para 2021. Agora, com a persistência da pandemia do novo coronavírus, o governo municipal decidiu implantar a tarifa apenas em 1º de janeiro de 2022.
"À luz da atual situação ligada à pandemia de Covid-19, decidimos oferecer um gesto de atenção na ótica de favorecer o retorno de fluxos turísticos. É um procedimento que entra no âmbito do plano estratégico da Prefeitura para relançar a economia municipal", disse o secretário de Orçamento de Veneza, Michele Zuin.
"Contemporaneamente, prossegue o desenvolvimento de softwares e hardwares para a gestão do sistema de reservas", acrescentou.
Capital do Vêneto, a cidade de Veneza tem uma economia fortemente baseada no turismo, um dos setores mais afetados pela pandemia de Covid-19.
Antes da crise sanitária, a Prefeitura havia adotado várias medidas para coibir o turismo predatório e tentar controlar os fluxos de viajantes. A chamada "taxa de desembarque", que ficou para 2022, seria a principal delas.
A cobrança será feita de forma antecipada, mediante reserva, e terá valor de três euros (R$ 19) nos dias comuns; seis euros (R$ 38) nos dias de "selo vermelho", ou seja, quando é previsto um "fluxo crítico" de pessoas; e oito euros no dias de "selo preto", quando é previsto um "fluxo crítico excepcional" de turistas.
Em um segundo momento, essas cifras subirão para seis, oito e 10 euros (R$ 63), respectivamente, com a criação de uma quarta categoria, o "selo verde", para raros dias com baixo fluxo de viajantes e valor de três euros. O calendário de selos será divulgado previamente pela Prefeitura.
A cobrança será voltada a pessoas que visitarem o centro histórico de Veneza e as ilhas da cidade, como Murano e Burano, mas sem pernoitar nessas regiões. Aqueles que dormem na área da Lagoa de Veneza já pagam a "tassa di soggiorno", que varia de um a cinco euros por dia.
Por outro lado, adeptos do chamado "bate e volta" hoje não arcam com nenhuma tarifa para entrar no superlotado centro histórico da cidade. Ao todo, 22 categorias serão isentas, como moradores do Vêneto, pessoas em busca de tratamento médico, deficientes físicos, trabalhadores pendulares e estudantes.
Da Ansa