Mulher realiza parto prematuro e morre de Covid em UTI

Ela foi internada, deu à luz, foi transferida para a UTI e morreu em menos de um mês

por Victor Gouveia seg, 15/03/2021 - 12:54
Reprodução/Instagram/Letícia Kirch Além do pequeno José, Taíssa deixa o filho Heitor, de apenas três anos, sob os cuidados do marido Reprodução/Instagram/Letícia Kirch

Diagnosticada com Covid-19 em plena gestação, a publicitária Taíssa Souza, de 30 anos, realizou o parto prematuro e morreu em razão do vírus em Vila Velha, no Espírito Santo. O bebê nasceu aos sete meses e permanece internado.

No sábado de Carnaval (13), Taíssa foi internada no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves com dificuldade para respirar, segundo a família. Dois dias após dar entrada na unidade, ela apresentou uma piora e foi transferida para a UTI.

Na Quarta de Cinzas (17), a publicitária passou por uma cesárea de emergência com 30 semanas de gravidez. José nasceu prematuro e seguiu para a UTI Neonatal (Utin), enquanto a mãe precisou ser intubada após dar à luz.

O bebê responde bem à terapia e deve receber alta nos próximos dias, aponta a família. Pelo risco de contaminação, José foi posto em isolamento e não recebeu sequer a visita do pai, o policial militar Victor Gatto, nos seus primeiros 15 dias. "O que precisamos nesse momento são orações e pensamentos positivos", pediu o marido nas redes sociais.

Cerca de 14 dias após a esposa ter dado entrada no hospital, Victor relatou que, "mesmo com a máquina trabalhando 100% da capacidade", a condição da publicitária ainda era delicada. "Se tiver 1% de chance, teremos 99% de fé", escreveu.

Na última quinta (11), Taíssa não resistiu ao novo coronavírus. "Agradeço a todos vocês que sofrem com a gente. A dor da perda é irreparável e pensar nos planos interrompidos é angustiante. Nenhuma palavra descreve esse momento. Apenas o tempo irá curar essa ferida", publicou o cunhado.

O casal se conhece há 15 anos e estava junto desde 2016. Antes da gravidez de José, eles já eram pais de Heitor, de três anos. "A gente está muito perdido. Meu irmão não consegue ir para o apartamento onde morava porque tudo lembra a perda. Meu sobrinho não consegue compreender o que é a morte e fica pedindo ao papai do céu para trazer a mãe de volta", contou a cunhada, a psicóloga Gabriela Gatto ao portal A Gazeta.

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