Europa reconhece coágulos sanguíneos como efeito colateral
A EMA reconheceu que esses são efeitos colaterais "muito raros" da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson, cujos benefícios ainda são maiores que os riscos
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reconheceu nesta terça-feira (20) que os coágulos sanguíneos devem ser considerados como efeitos colaterais "muito raros" da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson, cujos benefícios ainda são maiores que os riscos.
A decisão do órgão regulador europeu ocorre poucos dias antes de as autoridades de saúde dos Estados Unidos se pronunciarem sobre o imunizante da Johnson & Johnson, em um momento em que a vacinação se estende a toda a população do país.
A EMA, com sede em Amsterdã, reconheceu "um possível vínculo" entre a vacina deste laboratório americano e casos de coágulos sanguíneos, que devem ser incluídos como "efeitos colaterais muito raros" do produto.
O órgão concluiu "que uma advertência sobre coágulos sanguíneos raros com plaquetas sanguíneas baixas deve ser adicionada às informações do produto".
É uma decisão importante, já que vários países europeus contam com esta vacina para acelerar sua campanha de imunização.
Nos Estados Unidos, a vacina da Johnson & Johnson deve receber uma nova autorização, talvez acompanhada de "restrições", segundo o consultor médico da Casa Branca Anthony Fauci, que disse que um anúncio será feito na sexta-feira.
As autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram na semana passada uma "pausa" no uso da Johnson & Johnson após a detecção de casos graves de coágulos sanguíneos em várias pessoas.
Esta vacina teve um novo contratempo nos EUA, onde as autoridades reguladoras ordenaram na segunda-feira a suspensão da produção em uma fábrica, onde 15 milhões de doses foram danificadas.
- Cemitérios lotados em Nova Délhi -
A Índia enfrenta um aumento grave dos contágios, com os hospitais em ponto crítico. O governo impôs novamente as restrições, incluindo um confinamento de uma semana na capital Nova Délhi, onde vivem 20 milhões de pessoas.
O cemitério de Jadid Qabristan Ahle, na capital indiana, recebeu onze corpos em três horas, constatou a AFP. No fim do dia, 20 pessoas foram enterradas. "Neste ritmo, dentro de três ou quatro dias não haverá mais espaço", comenta Mohamed Shamim, coveiro de 38 anos.
O gigantesco país de 1,3 bilhão de habitantes tomou a decisão na segunda-feira de "permitir que todas as pessoas maiores de 18 anos se vacinem a partir de 1º de maio", segundo o ministério da Saúde.
Ao menos 53 passageiros de um voo entre Nova Delhi e Hong Kong deram positivo ao coronavírus, informaram nesta terça-feira as autoridades de Hong Kong, que proibiram os voos procedentes da Índia, Filipinas e Paquistão para evitar um aumento dos casos.
No Japão, a prefeitura de Osaka pediu ao governo central para impor um novo estado de emergência devido ao grande aumento dos casos de covid-19. "Acho que é o momento de tomar medidas enérgicas", disse hoje Hirofumi Yoshimura, o governador da cidade.
Tóquio e outras áreas também devem adotar medidas com a esperança de evitar a crise enfrentada pelo sistema de saúde de Osaka.
- López Obrador vacinado -
Nos Estados Unidos, a gigantesca campanha de vacinação continua a todo vapor e o presidente Joe Biden pediu em um vídeo "por favor, vacinem-se".
Enquanto isso, na América Latina a pandemia não dá trégua e seus presidentes, junto aos da península ibérica, buscarão fazer uma frente comum para conseguir mais vacinas e financiamento para a recuperação pós-pandemia durante uma Cúpula Iberoamericana semipresencial na quarta-feira em Andorra.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, recebeu hoje a primeira dose contra a covid-19 em um ato público que busca convencer os idosos do país céticos em relação à vacinação.
A região é a segunda mais enlutada do mundo com quase 868.000 mortes e 27,3 milhões de casos (com o Caribe incluído), atrás apenas da Europa (mais de um milhão de mortes e 48,2 milhões de casos).
- Um caso na "bolha" -
Na Oceania, um funcionário do aeroporto de Auckland deu positivo para o coronavírus nesta terça-feira, no dia seguinte ao lançamento de uma "bolha" entre Austrália e Nova Zelândia para viajar sem quarentena depois de quase 400 dias de fechamento de fronteiras.
A primeira-ministra neozelandesa Jacinda Ardern afirmou que isso não deve ter um impacto nos voos, já que ambos os países "aceitaram que haja casos".
O coronavírus já matou mais de 3,03 milhões de pessoas e infectou 142 milhões no mundo.
Depois dos Estados Unidos, os países com mais vítimas mortais são Brasil com 374.682 mortes, México com 212.466, Índia com 180.530 e Reino Unido com 127.274.