Mirtes chora e continua pedindo justiça por Miguel

Várias pessoas se uniram a Mirtes Renata em caminhada pelo Centro do Recife pedindo Justiça para criança morta há um ano

qua, 02/06/2021 - 15:38
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Mirtes Renata e Marta Maria, mãe e avó de Miguel pedem justiça pelo menino morto há um ano Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Nesta quarta-feira (2), completa um ano que Miguel Otávio Santana morreu ao cair do nono andar do Edifício Pier Maurício de Nassau, localizado na área central do Recife. Mesmo passado todo esse tempo, Mirtes Renata, mãe do menino Miguel, continua na luta, mobilizando as pessoas para pedir Justiça por Miguel.

Uma caminhada está sendo realizada na tarde desta quarta-feira (2), com o apoio de várias entidades negras, pedindo celeridade da justiça de Pernambuco para que Sari Côrte Real, ré no processo, seja julgada.

"Infelizmente os casos de crianças negras são tratados de forma diferente pelo judiciário brasileiro. Não deveria ser assim porque a Justiça tem que ser para todos", declara Mirtes.

Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

A mãe de Miguel expõe a dor que ainda sente pela perda do seu filho. "O sentimento é de revolta por conta dessas coisas que vêm acontecendo no processo do meu filho. Isso machuca muito e eu preciso estar de pé, forte para continuar lutando. Quem está me dando força é Deus e as pessoas que estão comigo lutando", assevera.

A Articulação Negra de Pernambuco (Anepe), participa da caminhada por justiça para o garoto Miguel desde o início do processo. "O caso de Miguel é um caso muito emblemático para gente, que se identifica porque Mirtes poderia ser da nossa família. A dor de Mirtes e da família de Miguel é a nossa dor", revela Jackson Augusto, 26 anos, articulador da Anepe.

Para a Anepe, Miguel Otávio foi desumanizado por ser negro e teve o direito a sua infância negada ao ser deixado no elevador sozinho por Sari Côrte Real.

"A gente vai até o fim do processo para garantir que todas as crianças negras e também que não haja mais casos como o do Miguel. É um ano sem resposta e buscando da Justiça um processo justo e transparente", pontua Jackson.

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