Veterinário alerta para a alimentação inadequada de pets
Especialista também analisa a "humanização" dos animais e a importância deles nesse momento de pandemia. Vendedora fala do amor que sente pela gata de estimação.
Na última Páscoa, muitos animais domésticos tiveram problemas relacionados à ingestão de chocolate. É muito comum os donos de cães e gatos oferecerem o doce aos pets. Com isso, a ida ao veterinário se torna frequente em períodos de festas.
O médico veterinário Rogério Politi explica que o chocolate é tóxico para cães e gatos e por isso não deve ser oferecido aos pets. Outros alimentos que são proibidos: alho, cebola, tomate, uva, macadâmia, frutas e verduras com sementes, todos comumente ingeridos em períodos de festas como Natal, Ano Novo e Páscoa. “Os principais problemas decorrentes da administração desses alimentos são: gastroenterites (vômitos e diarreia), quadros neurológicos como convulsões, desorientação, como também problemas hematológicos, anemia e inclusão de corpúsculos em células sanguíneas”, explicou.
Rogério alerta também que a "humanização" dos animais (tratar os pets como pessoas) não traz benefícios nenhum. Pelo contrário, leva os animais a desvios de comportamento. “Animais inseguros e ansiosos, o que reflete na saúde dos pets”, disse o veterinário.
Nesse momento em que as pessoas ficam privadas de sair e interagir, os pets são uma ótima opção de companhia e diversão, reconheceu o veterinário. “Muitos clientes, principalmente os mais idosos, se valeram dessa relação para poder enfrentar o isolamento. Mas precisamos lembrar que os cães são acostumados com rotina. Quando acabar, os animais vão sentir a mudança”, concluiu.
Para a vendedora Marli Lima, que mora com o filho e a gatinha Jill, o animal é motivo de muitos sentimentos. “Nessa pandemia, ela deu e recebeu muito amor, gosta de cheirar, esfregar sua cabeça em nosso corpo e receber beijinho em seu nariz. Há oito anos ela mora conosco, é a nossa filhinha amada. Ela é branquinha e tem heterocromia (um olho de cada cor), é caseira, carinhosa e quer todas as atenções para ela”, descreveu a dona da gata.
Em relação à alimentação, a gata aceita comer pedaços de filé de carne, frango e peixe, tanto cru ou cozido. “Essa alimentação caseira nunca fez mal a ela”, afirmou.
Em 2020, Jill teve um grave problema de saúde no trato urinário. “Tentava urinar e não conseguia, foi desesperador ver a minha gata sofrendo. Então descobrimos que sua ração precisava ser substituída. Neste período de enfermidade, tivemos que levá-la à clínica veterinária. A médica solicitou exames urgentes de sangue e ultrassonografia abdominal”, relatou Marli.
Após os resultados, foi administrada medicação injetável para efeito mais rápido, seguida de outra para uso oral. “Fiquei espantada com o total dos gastos com a clínica e farmácia. Paguei R$ 800,00 no total. O custo foi grande, mais a Jill ficou curada”, garantiu.
Marli explica que a sua gata tem toda liberdade em casa. “Quando quer comer sobe à mesa. Ela tem vários locais pra dormir, na cama, no sofá da sala, na cadeira do meu quarto, no guarda-roupa, na estante e dentro de caixas vazias ou não. Ela adora se esconder pra ser achada por nós. Por isso amamos muito ela. É importante e amada”, concluiu.
Por Cássio Kennedy.