Mãe perde filha com Down que estava a 5 dias da vacinação

Vítima tinha 46 anos e precisou ser hospitalizada na mesma semana em que o seu grupo de vacinação, que é prioritário, foi contemplado

por Vitória Silva ter, 15/06/2021 - 15:55
Reprodução/Facebook/Maitê Martinelli Juliana Martinelli Silva, de 46 anos, teria se vacinado cinco dias após ter sido hospitalizada com Covid. Reprodução/Facebook/Maitê Martinelli

A empresária paulista Maitê Martinelli Silva compartilhou um desabafo nas suas redes sociais, após perder a filha Juliana Martinelli Silva, de 46 anos, para a Covid-19. A vítima era portadora da síndrome de Down e foi intubada em um hospital na Baixada Santista, em São Paulo, na primeira semana de maio, sendo conduzida à UTI especializada na doença. No último dia 2 de junho, Juliana veio a óbito. A internação ocorreu a apenas cinco dias da vacinação da mulher, que estava agendada para o dia 10 de maio. Nas redes, a mãe publicou relato emocionado e pede consciência da população ao dizer que seu coração “está sangrando”.

A mãe alega que todas as moradoras da casa estavam tomando os cuidados necessários e que apenas a filha mais nova, Ana Carolina, precisa sair de casa regularmente, pois vai trabalhar. Essa é a rotina das Martinelli desde março de 2020. Apesar das medidas, todas foram infectadas de forma leve, no dia 28 de abril, mas apenas a filha mais velha precisou ser hospitalizada. Juliana fazia parte do grupo prioritário da síndrome de Down, mas não teve tempo de ser vacinada.

“Me sinto traída pela minha pátria, pelo presidente que não comprou as vacinas em tempo para já estarmos em maioria vacinados. E estou com verdadeira aversão a tantos ‘cidadãos brasileiros’ que levam vida normal e esnobam tal vírus traiçoeiro, lastimável. As pessoas nas ruas, em festas, sem máscaras. Não sei mais o que sentir, está tudo misturado entre indignação, raiva, revolta. Coração sangrando. Será que só sofre quem perdeu alguém que ama?”, escreveu Maitê em depoimento aberto no Facebook.

Por fim, a santista ainda pede que as pessoas levem a sério o vírus: "Quem acha que esse vírus não passa de uma 'gripezinha', coloque o amor no coração e mude os seus conceitos. Pensem na quantidade de pessoas que estão sofrendo e perdendo seus amores", desabafa.

Embed:

COMENTÁRIOS dos leitores