Idoso morreu após esperar 13 dias por leito, diz deputado

Familiares conseguiram que a Justiça determinasse que o paciente conseguisse um leito, mas segundo a denúncia do deputado Romero Albuquerque ele não conseguiu viver o tempo suficiente para ser transferido e tratado como deveria

por Jameson Ramos sab, 08/01/2022 - 17:10
Google Maps/Reprodução Idoso havia dado entrada na UPA de Nova Descoberta Google Maps/Reprodução

Após 13 dias esperando por um leito de UTI, um idoso identificado como Israel Fernandes, 74 anos, morreu neste sábado (8), sem conseguir o tratamento contra a influenza. O paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento UPA de Nova Descoberta, Zona Norte do Recife, no dia 26 de dezembro com o quadro de insuficiência respiratória. O caso foi denunciado pelo deputado estadual Romero Albuquerque.

“O paciente já tinha o número de inscrição na Central de Regulação de Leito, mas isto lhe foi negado, mesmo com determinação do Ministério Público obrigando o Estado a lhe conceder o leito em 48 horas. O Governo aplicou investimentos na Saúde, então o que falta é gestão. Se nem a demanda da capital consegue ser atendida, o que as pessoas das demais regiões têm sofrido com o sistema de saúde?”, questionou o parlamentar.

A família de Israel compartilhou com o deputado a frustração com o descaso com a vida do idoso. “O estado dele era gravíssimo e, mesmo com pedido ao MPPE desde o dia 5, meu tio morreu sem assistência. É um dia difícil para todos nós, pela perda do nosso ente querido e por constatar o descaso com a saúde pública em Pernambuco”, disse Douglas Brito, sobrinho do paciente, na denúncia enviada pelo deputado à imprensa.

Romero afirma ainda que procurou a Secretaria Estadual de Saúde "para solucionar outras demandas como essa, porque o nosso entendimento é que existe uma prerrogativa constitucional que obriga o Estado a garantir a cada cidadão o direito à saúde”, concluiu.

De acordo com os dados da Secretaria Estadual de Saúde, no momento, 64% dos leitos para casos respiratórios na rede pública, (seja de UTI, seja de enfermaria) estão ocupados com pacientes com mais de 60 anos. Para se ter uma ideia, 67% dos casos de Srag por influenza estão nessa faixa etária, assim como 60% dos óbitos.

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