Ver-o-Peso carrega cheirinhos e encantos de Belém

Feira, mercados e praça de alimentação à beira da baía do Guajará compõem o cenário do mais famoso cartão-postal da capital paraense

ter, 11/01/2022 - 12:59

O Ver-o-Peso é um dos cartões-postais mais conhecidos de Belém, reconhecido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1977. No século XVIII, a cidade era o maior entreposto comercial da região, centro comercial de produtos extraídos da floresta amazônica para os mercados locais e internacionais, além de ser o principal ponto de chegada de produtos europeus. Foi esse intenso movimento de comércio que deu origem ao espaço que se tornou polo turístico.

Atualmente, o Ver-o-Peso compreende um complexo arquitetônico e paisagístico de 25 mil metros quadrados, com uma série de construções históricas. Além de ser considerada a maior feira livre da América Latina.

Conta com as mais variadas mercadorias: frutas típicas paraenses, como cupuaçu, artesanatos, as famosas ervas que dão origem ao “cheirinho do Pará” e os peixes regionais, camarão e mariscos. Também há barracas de venda de roupas, calçados e as bancas de alimentação, de peixe com açaí, comidas típicas, pratos feitos, tapioca etc.

As ervas medicinais são muito procuradas no Ver-o-Peso, preferidas pelos turistas. Os chamados “cheirinhos do Pará”, originados das ervas, são preparados pelas artesãs-perfumistas, como Beth Cheirosinha, perfumista há 50 anos e comerciante no Mercado do Ver-o-Peso. Segundo Beth Cheirosinha, além do perfume, as ervas trazem boas energias espirituais, e são remédios naturais.

“Eu adoro isso aqui, trabalho há 50 anos na feira. Quem deu o nome das ervas foram os índios e tudo isso conta para eu gostar cada vez mais de Belém”, explicou.

A perfumista também explica que o fluxo de turistas no mercado do Ver-o-Peso é constante. A procura pelas ervas também é frequente, pelos nativos e por turistas.

Segundo Beth, as ervas medicinais são as mais procuradas para curar doenças. Em segundo plano vêm as ervas cheirosas, o patchouli, e o atrativo do amor e do dinheiro.

“Eu já me considero patrimônio de Belém. O meu setor aqui é a cara de Belém, são os atrativos, as ervas, são as garrafadas, 'chama o amor', 'chama dinheiro', 'chama dos negócios', isso aqui é muito importante. Belém vai completar agora 406 anos. Então, tudo de bom para a cidade”, relatou.

Por Alessandra Nascimento.

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