Estudante de medicina ironiza morte de paciente

Os acontecimentos foram divulgados nos stories do Instagram pela estudante com o comentário: “morreu e eu não dormi”

qua, 09/02/2022 - 20:38
Reprodução/Redes sociais Estudante de medicina foi desligada do estágio Reprodução/Redes sociais

Uma estudante de medicina do 9º período foi desligada do estágio depois de usar o Instagram para ironizar a morte de uma mulher que recebia atendimento de urgência durante o seu horário de descanso no plantão, no local em que fazia estágio na Unidade Mista Dr. José Carlos Gusmão, em Marechal Deodoro, Alagoas. O caso aconteceu na terça-feira (8), e a paciente que deu entrada com suspeita de infarto morreu pouco depois. 

A estudante, que não teve o nome divulgado, é aluna do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac). Além de ter sido desligada do estágio, a estudante da universidade particular também está suspensa das atividades acadêmicas até a apuração dos fatos. 

Os acontecimentos foram divulgados pela estudante nos stories do Instagram. Inicialmente, numa publicação que mostra os dados pessoais da paciente e procedimentos médicos adotados, ela reclamou “Faltando 10 min para a minha hora de dormir, chega mulher infartando e com edema agudo no pulmão, e agora já passou 1h30 da minha hora de dormir, tô p***”.

Em seguida, ela publicou uma selfie e escreveu: “Atualizações: a mulher morreu e eu não dormi”. O print, então, logo passou a circular em grupos de aplicativos de mensagens e outras redes sociais. Após a repercussão, a estudante desativou a conta do Instagram. 

Através de nota, a Secretaria de Saúde de Marechal Deodoro lamentou o ocorrido e informou ter solicitado o desligamento da estagiária. “A Secretaria lamenta o ocorrido e reafirma o seu compromisso focado na humanização e respeito ao cidadão em todas as unidades de saúde”.

 

Universidade apura caso

Por nota, o Cesmac disse ter aberto um processo administrativo interno para apuração da conduta da estudante na unidade de urgência onde ela fazia estágio sob supervisão de internato. “A aluna, por prudência e cautela, foi afastada preventivamente das suas atividades acadêmicas pela Coordenação do Curso e pela Secretaria de Saúde de Marechal Deodoro até que a apuração seja concluída e os fatos devidamente esclarecidos, o que deverá ocorrer com a brevidade que o caso recomenda”, afirma. 

“A Coordenação do Curso, tão logo cientificada do fato, iniciou a apuração com vista em avaliar e mensurar a gravidade da atitude da aluna, notadamente, no que concerne à suposta infringência a princípios éticos que norteiam o exercício de tão nobre e importante missão já a partir da preparação acadêmica”, pontua o Cesmac. 

A apuração do caso vai ocorrer mediante consulta dos colegiados competentes, conforme estabelece o regime disciplinar do estatuto, de acordo com a direção da instituição, que informou que a aluna deve ser convocada a apresentar a sua versão dos fatos, respeitando o direito universal ao contraditório e ampla defesa”. 

A faculdade também repudiou veementemente qualquer postura inadequada e fora dos padrões de ética, “elemento primordial na excelência da formação médica, reforçando que todo paciente é digno de respeito, atenção e acolhimento”. 

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