Etiópia suspende estado de emergência de tempo de guerra
A votação dos parlamentares seguiu uma proposta do gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed, que pediu, em janeiro, que se aliviasse o estado de emergência. Originalmente, estava previsto para durar até maio
O Parlamento da Etiópia suspendeu, nesta terça-feira (15), o estado de emergência imposto em novembro passado, quando rebeldes do Tigré ameaçaram avançar rumo à capital - anunciou o Ministério das Relações Exteriores.
"A Câmara dos Representantes do Povo da Etiópia aprovou hoje levantar o estado de emergência de seis meses", informou o ministério no Twitter.
A votação dos parlamentares seguiu uma proposta do gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed, que pediu, em janeiro, que se aliviasse o estado de emergência. Originalmente, estava previsto para durar até maio.
O estado de emergência foi declarado em 2 de novembro, depois que combatentes da Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF) tomaram duas localidades-chave a 400 km de Adis Abeba.
A medida levou a detenções em massa de pessoas da etnia tigré em Adis Abeba e em outros lugares, o que foi condenado por organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional.
O estado de emergência coincidiu com uma campanha de mobilização em massa que, junto com ataques de drones, conseguiu repelir a TPLF de volta para Tigré em dezembro. O recuo despertou a esperança de se pôr fim à esta guerra de 15 meses.
Adis Abeba anunciou que não perseguirá os rebeldes no Tigré. Nas últimas semanas, porém, moradores e socorristas relataram uma série de ataques aéreos mortais na região.
O conflito deixou milhares de mortos e forçou outros tantos a fugirem de suas casas. Segundo a ONU, é grande o número de pessoas à beira da fome.