Atentado do EI em mesquita no Paquistão deixa 56 mortos
A explosão aconteceu poucos minutos antes do início da oração desta sexta-feira (4)
Ao menos 56 pessoas morreram e 194 ficaram feridas em um atentado suicida, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), contra uma mesquita xiita em Peshawar, noroeste do Paquistão, durante a oração de sexta-feira.
A explosão aconteceu poucos minutos antes do início da oração desta sexta-feira (4) em uma mesquita xiita localizada em uma rua estreita do bairro de Kosha Risaldar, perto do histórico bazar de Qissa Khwani.
"No total, 56 pessoas morreram e 194 ficaram feridas. Os feridos incluem 50 pacientes em estado crítico", declarou à AFP Muhammad Asim Khan, porta-voz do hospital Lady Reading de Peshawar.
O número de vítimas, no entanto, ainda pode aumentar, disse à AFP o comandante da polícia de Peshawar, Muhamad Ijaz Khan.
"Dois criminosos atiraram contra os policiais na entrada principal da mesquita. Um policial morreu na hora e outro ficou gravemente ferido", disse.
Mais tarde, o grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado através de sua agência de propaganda, Amaq.
"Um combatente kamikaze do Estado Islâmico conseguiu entrar hoje [sexta-feira] em uma mesquita xiita de Peshawar" e "detonou um cinturão carregado com explosivos no meio dos xiitas", informou a Amaq em um comunicado divulgado nas redes sociais.
Uma testemunha, Zahid Khan, relatou à AFP o ocorrido. "Estava do lado de fora da mesquita quando vi um homem que atirou contra dois policiais, antes de entrar na mesquita. Poucos segundos depois, ouvi uma grande explosão", disse.
Outra testemunha, Ali Asghar, contou que viu o momento em que um homem "atirou com uma pistola" dentro da mesquita e matou "as pessoas, uma a uma. "Depois, ele detonou a carga explosiva."
Um correspondente da AFP observou pedaços de corpos espalhados no local, enquanto os serviços de resgate e a população local se esforçavam para ajudar as vítimas.
O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, condenou o atentado com veemência, afirmou um porta-voz.
- O retorno do TTP -
Peshawar, a 50 km da fronteira com o Afeganistão, foi cenário de atentados diários durante a primeira metade da década de 2010, mas, nos últimos anos, a segurança melhorou consideravelmente.
O último ataque do tipo havia acontecido em novembro de 2018, quando 31 pessoas morreram em um atentado suicida em um mercado da cidade.
Os xiitas do Paquistão já foram alvos do grupo Estado Islâmico no passado. O braço local, Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), reivindicou a autoria de diversos atentados no país nos últimos anos.
Além disso, o Paquistão enfrenta há muitos anos o retorno do 'Tehreek-e-Taliban Pakistan' (TTP), os talibãs paquistaneses, galvanizados pela chegada ao poder dos talibãs no Afeganistão em agosto do ano passado.
Embora tenham raízes comuns, o TTP é um grupo diferente do Talibã afegão. O grupo reivindicou vários ataques desde o início do ano.
Um dos atentados mais violentos cometidos pelo TTP foi o massacre de 150 pessoas, em sua maioria estudantes, em Peshawar, em dezembro de 2014.