'Ninguém viu troca de tiros', diz tia de Heloysa

Ubia Fernandes pede que Governo de Pernambuco tome providências por Justiça pela morte da criança, aos 6 anos, durante ação policial em Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco

seg, 04/04/2022 - 13:47
Vitória Silva/LeiaJáImagens Familiares da criança e amigos realizaram protesto por justiça, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, nesta segunda (4). Vitória Silva/LeiaJáImagens

Na manhã desta segunda-feira (4), familiares da menina Heloysa promoveram um protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. Eles pedem que o Governo de Pernambuco tome providências por justiça pela morte da criança, aos 6 anos, durante uma ação policial realizada em Porto de Galinhas, no Litoral Sul do estado, no dia 31 de março.

De acordo com Ubia Fernandes, irmã do pai de Heloysa, a menina foi baleada enquanto andava de bicicleta na calçada de casa. “No momento em que aconteceu o fato, eu estava conversando no telefone. De repente, escutei aquele baque. Quando olhei para trás, vinha um rapaz correndo e a moto já estava parada. Paralisei, não consegui mais andar. Em seguida, meu marido me pegou, me botou num cantinho, meu irmão abraçou o filho dele, e Heloysa correu. Continuaram atirando”, relata.

Ubia também questiona a versão apresentada pelas autoridades policiais. “Em relação ao menino da moto, em nenhum momento ninguém viu a troca de tiros que eles estão falando. Se foi o menino da perseguição, ele vai pagar. Se foi o Bope, eles também vão ter que pagar, porque se foi uma vida, uma criancinha muito amorosa, que só tinha seis aninhos de idade, tinha acabado de completar no dia 27 de fevereiro. Também acabaram com a vida do meu irmão”, lamenta.

Após ser atingida, Heloysa chegou a ser socorrida para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), dentro de uma viatura do Bope. “Quando a gente chegou lá, ela estava na salinha vermelha. A gente tem quase certeza que ela já saiu de casa morta. Depois do acontecido, está todo mundo amedrontado, as crianças não querem mais ficar na rua, não têm o direito de brincar. Parece que todo mundo é bandido”, completa.

Os pais de Heloysa estiveram presentes no ato, mas preferiram não falar com a imprensa. Eles foram recebidos no Palácio do Governo, pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Eduardo Figueiredo.

Com informações de Vitória Silva.

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