Anvisa alerta sobre insegurança de cigarros eletrônicos
De acordo com a agência, as fabricantes dos cigarros eletrônicos não forneceram dados suficientes para evidenciar a eficácia e segurança do produto
Segundo a diretora da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Cristiane Joudan, os cigarros eletrônicos não têm garantia de segurança comprovada. A diretora supervisiona uma repartição especializada em tabaco no órgão. Os resultados foram apresentados em um relatório divulgado pela agência neste mês.
Apesar do resultado divulgado, a diretora não garantiu que a Anvisa manterá a proibição aos cigarros eletrônicos. Para completar o relatório elaborado pelos técnicos da agência, o órgão receberá uma nova leva de informações técnicas e científicas sobre o tema.
“Você só aprova uma vacina se existem dados suficientes de eficácia e segurança. Isso também funciona para o DEF (dispositivos eletrônicos para fumar). No momento inicial, ele foi proibido porque não haviam dados suficientes de segurança e eficácia. Hoje, eu entendo que ainda não existem esses dados suficientes”, afirmou a diretora em entrevista.
As fabricantes Japan Tobacco International (JTI) e a Phillip Morris Brasil (PMB) defendem os cigarros eletrônicos. Segundo a Phillip Morris, há certificação emitida por órgãos de fiscalização em saúde em 71 países em que comercializa seus produtos. A fabricante afirma também que o cigarro eletrônico é uma opção para quase 16 milhões de adultos que decidiram abandonar o cigarro, optando por opções alternativas.
Entidades médicas apontam para os riscos do cigarro eletrônico. Segundo eles, o instrumento pode causar infarto e síndrome coronariana. O cigarro eletrônico gera partículas finíssimas que conseguem ultrapassar a barreira dos alvéolos pulmonares, entrando na corrente sanguínea. Desta forma, o corpo reage com uma inflamação que, quando ocorre nas artérias, pode provocar lesões e problemas cardíacos graves.
Por Matheus de Maio