EUA investigam morte de 5 crianças por hepatite misteriosa
Os casos de inflamação hepática grave foram detectados em 25 estados e territórios do país em crianças com uma média de idade de apenas dois anos
As autoridades sanitárias dos Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (6) que investigam 109 casos de um tipo de hepatite grave em crianças, cinco deles fatais.
Os casos de inflamação hepática grave foram detectados em 25 estados e territórios do país em crianças com uma média de idade de apenas dois anos, disse um alto funcionário dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) em coletiva de imprensa.
Fora dos Estados Unidos, mais de 200 casos foram identificados, especialmente na Europa, disse outro funcionário. Na quinta-feira, Argentina e Panamá reportaram um primeiro caso cada. Já nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde do Brasil informou que está monitorando sete casos suspeitos da doença, quatro no Rio de Janeiro e três no Paraná.
Devido à pouca idade, a maioria das crianças afetadas ainda não havia sido vacinada contra a covid-19.
"A vacinação contra a covid-19 não é a causa" da doença, afirmou Jay Butler, subdiretor do departamento de doenças infecciosas dos CDC, contrariando rumores que circulam na internet.
No entanto, não foi descartada como possível causa a infecção por covid-19.
A autoridade sanitária privilegia, porém, a possibilidade de um tipo de adenovírus muito comum, mas ainda desconhecido, como causador de hepatite em crianças saudáveis.
Foi confirmado que mais da metade das crianças doentes nos EUA testaram positivo para o chamado adenovírus "tipo 41".
"Os pesquisadores do país e de todo o mundo estão trabalhando arduamente para determinar a causa", disse Jay Butler.
Os casos nos Estados Unidos ocorreram durante os últimos sete meses, afirmou. Entre os afetados, 14% tiveram que se submeter a um transplante de fígado.
"Sabemos que esta notícia pode ser preocupante, especialmente para os pais de crianças pequenas. É importante lembrar que casos de hepatite graves são raros", disse Butler.
No total, 90% das crianças afetadas tiveram que ser hospitalizadas, mas a maioria se recuperou.