Dia dos Namorados: qualquer maneira de amor vale amar

Tradicionais, alternativos, não monogâmicos, gays, casais compartilham suas histórias de afeto, respeito e companheirismo

sex, 10/06/2022 - 12:33

O Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho no Brasil. A data de cunho exclusivamente comercial, idealizada pelo publicitário João Dória em 1948, foi uma estratégia para o aumento das vendas no mês, que estavam em declínio. Juntando o útil ao agradável, Dória criou uma das datas mais esperadas pelos casais, aliando a comemoração de Santo Antônio, o santo casamenteiro, no dia 13, à ocasião que exala amor.

Saber sobre a data e aproveitar o lucro que ela traz é fácil, mas quando vivida só quem sente sabe explicar. É o caso de Amilly de Fátima Costa dos Santos, autônoma, de 32 anos, e seu namorado, Nagib Charone Neto, bancário, de 31, que vivem em união estável há 11 anos e nunca sentiram necessidade de casar, como deseja grande parte da sociedade. “A prioridade é viver bem e estar feliz um ao lado do outro”, contou a autônoma. O bancário complementa: “Não foi determinante para consumar nosso relacionamento. Nossa preferência é viajar, usufruir a vida. A gente já se sente casado”.

Para muita gente a ideia de namoro pressupõe que pessoas estão juntas há pouco tempo. Não necessariamente. Há quem esteja casado há décadas e ainda se sente como namorado. José Firmino de Abreu, secretário da saúde, de 70 anos, e Dalvani Oliveira de Abreu, aposentada, de 71, são exemplos.

Casados há 48 anos, José Firmino e Dalvani revelam que o segredo para o amor ser duradouro é um conjunto de causas. “Deus na nossa vida, nossos filhos, nossos netos, carinho, admiração e respeito que temos um pelo outro”, contou o secretário de saúde. A aposentada valida o que o marido diz, ressaltando a importância do respeito, que sempre deve prevalecer entre ambos.

No mês em que se comemora o amor, celebra-se também o orgulho LGBTQIA+. A história dos estudantes Leonardo Damasceno Antunes e Eduardo Andrey Castro dos Santos, ambos de 19 anos, transborda paixão. Juntos, eles contornaram os entraves da homofobia e conseguiram ter uma vida mais digna. “Uma das opções foi ter saído do país, devido ao forte preconceito, e morar em outro com ele”, relatou Antunes.

Apesar disso, Eduardo diz que a relação da família com ele e com o namorado sempre foi baseada no respeito. “Minha mãe, meu padrasto e meu irmão amam ele. Tenho certeza que não teria problemas”, contou o estudante. Esse ano será o primeiro em que o casal passará a data oficialmente como namorado, aproveitando o dia em uma sessão de filme em casa, acompanhado de muita comida e romance.

Existem muitas formas de amor nesse mundo, algumas incompreendidas. Mas quem disse que precisa? A professora Carla Quaresma, de 26 anos, e a namorada Alice Liberté, produtora cultural, de 25, vivem em um relacionamento aberto desde o início do namoro e não dão abertura para opiniões que interfiram na dinâmica do casal. “Não dou espaço para que outras pessoas interfiram” relata Liberté.

Esse modelo consiste em uma relação romântica não monogâmica, em comum acordo. Ou seja: o casal se permite a relação com outras pessoas sem considerar isso uma traição. Confiança é a base de um relacionamento, e isso é o que não falta no delas. “É tranquilo ter com quem contar. É estar livre de posse e ego para desfrutar a construção do companheirismo”, explica a professora.

No Dia dos Namorados, esses e outros casais buscam aproveitar bons momentos ao lado de quem amam, comprando presentes e fazendo declarações de amor.

Por Gabriel Pantoja e Gabrielle Nogueira (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

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