Movimento antivacina: Consequências na saúde coletiva

De acordo com biomédico esse tipo de movimento tem origem da “guerra da desinformação”

ter, 14/06/2022 - 18:14
Pixabay Seringa com imunizante Pixabay

Com o início da pandemia, o mundo, especificamente os cientistas, entraram em uma constante busca para desenvolver uma vacina eficaz contra a Covid-19. Em menos de 12 meses, algumas vacinas contra a doença começaram a ser desenvolvidas e aprovadas por Agências reguladoras. Com isso, muitas pessoas se mostraram céticas em relação ao imunizante, muitas vezes se organizando no movimento antivacina ou antivax.

Este movimento nada mais é do que um grupo, que pode ou não ser organizado, que reúne críticos das vacinas contra programas de vacinação pública. Porém, em entrevista para o LeiaJá, o biomédico imunologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, Dr. Jefferson Russo Victor afirmou que as consequências desse movimento são maléficas à saúde individual e pública.

"De forma geral, as consequências do movimento antivacina são muito ruins. Porque a utilização de vacinas é relativamente barata, e é extremamente eficiente. Quando pensamos em um movimento antivacina, que conduz as pessoas a não se vacinarem, a consequência disso é tornar as pessoas suscetíveis à doença. Isso é um problema de saúde individual, coletiva e problema de custo ao serviço de saúde", afirmou.

Doenças erradicadas

Além dos malefícios citados acima, o especialista também destacou sobre as consequências desse movimento em doenças erradicadas no Brasil, e alertou sobre a Poliomielite.

"Atualmente o maior risco que nós temos  em termos de doenças erradicadas, é relativo a poliomielite que teve seu último caso registrado em 1989 e permitiu que o Brasil adquirisse o certificado de erradicação da doença em 1994. Mas esse tipo de iniciativa, muitas vezes leva as pessoas a não se vacinarem, portanto essas pessoas continuam suscetíveis. No caso da poliomielite, embora tenha sido erradicada do Brasil, ela não foi do mundo, isso significa que ainda existe este vírus circulando no mundo. O que pode levar a contaminação de alguns indivíduos como viajantes, trazendo esse vírus para o Brasil e contaminando pessoas que não se vacinam e ficam suscetíveis a doença".

Sarampo 

Assim como a poliomielite, o Brasil também ganhou o certificado de erradicação do sarampo em 2016, mas em 2018 o país perdeu esse título devido a baixa cobertura vacinal.

Guerra da desinformação 

Por fim o biomédico, destacou que este tipo de movimento tem origem da "guerra de desinformação". "São grandes os malefícios desse tipo de movimento antivacina, e sabemos que esse movimento sempre tem origem do que vivemos hoje que é uma verdadeira guerra da desinformação. Onde pessoas utilizam de informações mentirosas, que tem caráter científico, e usam isso de justificativa para não vacinar pessoas. Não somente contra os vírus que causam pandemia, mas também todo programa de imunização do Brasil, que desde a década de 70 vem se mostrando esficiente", explicou.

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