44% da população vive na pobreza em Pernambuco, diz estudo

Foi a primeira vez que o indicador ficou acima de 40% na série, pior resultado em 10 anos

por Vitória Silva seg, 27/06/2022 - 13:33
Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo Homem pede dinheiro em semáforo no Centro do Recife Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo

Pernambuco fechou o ano de 2021 com quase 44% da população do estado em situação de pobreza. O número equivale a cerca de 4,2 milhões de pernambucanos. Foi a primeira vez que o indicador ficou acima de 40% na série, pior resultado em 10 anos. O maior percentual até então havia sido 38,2% em 2012.

Esses dados foram revelados no levantamento do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (Imds), e divulgado pela Folha de São Paulo, no último sábado (25). 

A escalada no Nordeste também foi parecida. Na região, 5,5 milhões caíram na pobreza no ano passado, elevando o número de pobres para 22,8 milhões, quase 40% da população nesta parte do país.

No Sul, o contingente aumentou em 400 mil, fazendo com que os mais pobres passassem a representar 10% do total da população nesta parte do país. Lá o ano terminou com três milhões de pessoas na pobreza. 

O maior salto do país aconteceu em Sergipe, onde a pobreza avançou 12,5%, quase o triplo da média nacional que foi de 5%. Na avaliação da equipe do Imds, um fator para a oscilação na renda foi o auxílio emergencial. 

A concessão de um benefício de R$ 600 em 2020 teve o efeito de reduzir a pobreza. No ano passado, porém, o auxílio foi suspenso e, depois, teve o valor reduzido, além de ter um corte no número de beneficiários. Como a Covid não havia cedido, e a economia tão pouco reagido, houve repique na pobreza. 

"A baixa renda depende do trabalho informal, predominantemente associado ao setor de serviços com contato físico, como venda de alimentos e negócios associados ao turismo", afirma o economista Sergio Guimarães Ferreira, diretor do Imds. "A oscilação do benefício, sem a retomada dos serviços, foi determinante para o aumento da pobreza em 2021." 

Guimarães, porém, destaca que será preciso aprofundar a análise de dados para avaliar mais detalhadamente o aumento da pobreza em alguns locais.

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