Mais de mil migrantes desembarcam na Itália

As autoridades encontraram cinco corpos de migrantes mortos a bordo do navio em circunstâncias desconhecidas

dom, 24/07/2022 - 09:10
Alessandro SERRANO Migrantes na costa de Lampedusa, uma ilha italiana ao sul da Sicília, em 11 de julho de 2022 Alessandro SERRANO

Mais de mil imigrantes desembarcaram na Itália nas últimas horas e centenas foram resgatados por navios humanitários e aguardam um porto de acolhimento, disseram as ONGs e autoridades italianas neste domingo (24).

Mais de 600 pessoas que tentaram cruzar o Mar Mediterrâneo a bordo de um barco de pesca foram resgatadas no sábado por um navio mercante e pela guarda costeira quando estavam à deriva na costa da Calábria, no extremo sul da península italiana. Eles foram então levados para vários portos da ilha da Sicília.

As autoridades encontraram cinco corpos de migrantes mortos a bordo do navio em circunstâncias desconhecidas.

Na madrugada de sábado para domingo, 522 pessoas do Afeganistão, Paquistão, Sudão, Etiópia e Somália chegaram à ilha de Lampedusa, a maioria a bordo de cerca de 15 barcos da Tunísia e Líbia.

A mídia italiana diz que o centro de recepção na pequena ilha italiana na costa da África está sobrecarregado.

A agência Ansa afirma que atualmente abriga 1.200 pessoas, de uma capacidade de 250.

Por outro lado, as organizações de resgate no mar salvaram centenas de migrantes à deriva no Mediterrâneo. A SeaWatch indicou no domingo que no dia anterior realizou quatro operações de resgate.

"A bordo do SeaWatch 3 temos 428 pessoas, incluindo mulheres, uma delas grávida de nove meses e menores de idade. Um paciente tem queimaduras graves", disseram no Twitter.

O OceanViking, da ONG SOS Méditerranée, afirmou que resgatou 87 pessoas (incluindo 57 menores desacompanhados), que viajavam em "um barco inflável superlotado à deriva em águas internacionais ao largo da Líbia".

Entre 1º de janeiro e 22 de julho, 34.000 pessoas chegaram por via marítima à Itália, em comparação com 25.500 no mesmo período de 2021 e 10.900 em 2020, segundo o Ministério do Interior italiano.

A rota migratória do Mediterrâneo Central é a mais perigosa do mundo. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em 990 o número de mortos e desaparecidos desde o início deste ano.

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