Camponeses protestam contra leilões de terras na Mata Sul
Na manhã desta segunda-feira (25), cerca de 200 camponeses de áreas de conflito realizam uma marcha no município de Ribeirão para denunciar a realização de leilões irregulares das terras em que vivem
Na manhã desta segunda-feira (25), cerca de 200 camponeses realizam um protesto em frente ao Fórum do município de Ribeirão, Zona da Mata Sul de Pernambuco. Os manifestantes denunciam irregularidades nos leilões das terras em que vivem há décadas e pedem a anulação das tentativas de venda.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que presta auxílio aos camponeses, as terras que são alvo de leilões judiciais estão no nome de usinas produtoras de açúcar desativadas, que acumulam dívidas milionárias com o poder público, bem como ex-trabalhadores e trabalhadoras.
“Estima-se que os leilões judiciais colocam em risco a permanência na terra de mais de 1.200 famílias agricultoras posseiras apoiadas pela CPT e pela Fetape - incluindo credoras das usinas. Os casos mais graves e de risco iminente são os da comunidade de Fervedouro, em Jaqueira, e de Roncadorzinho, em Barreiros, onde uma criança de 9 anos foi assassinada em fevereiro deste ano”, diz a instituição.
Os agricultores questionam a legitimidade dos leilões, os quais afirmam apresentar indícios de fraude e subavaliação do preço dos imóveis. Além disso, os posseiros alegam que os arremates podem alimentar uma espécie de “lavagem de terras” no local, pois há possibilidade de que os imóveis sejam readquiridos a preços irrisórios por pessoas ou empresas ligadas às Usinas devedoras, o que livraria os imóveis das dívidas fiscais e trabalhistas a que estão vinculados.
Estão presentes na mobilização camponeses e camponesas das comunidades de Roncadorzinho, Barreiros, Canoinha, Tamandaré, Barra do Dia, Couceiro e Tambor, Palmares, Fervedouro, Barro Branco, Caixa D'Água e Laranjeira, Jaqueira, Batateira e Maraial.