'Strippers' querem se sindicalizar em Los Angeles
As estrelas do Star Garden Topless Dive Bar entraram com uma petição junto ao governo federal
Dançarinas de um clube de striptease de Los Angeles deram os primeiros passos rumo à sindicalização nesta quarta-feira (17), tornando-se o mais recente grupo de trabalhadores americanos a buscar poder de negociação coletiva.
As estrelas do Star Garden Topless Dive Bar entraram com uma petição junto ao governo federal, iniciando um processo que poderia vê-las representadas pelo sindicato de artistas Actors' Equity, um movimento que as autoridades descreveram como inédito.
"Gostamos do que fazemos", disse Velveeta, dançarina do Star Garden. "Gostaríamos ainda mais de nossos empregos se tivéssemos proteções trabalhistas básicas."
O sindicato Equity já representa mais de 51.000 artistas e produtores nos Estados Unidos, muitos deles em Los Angeles e arredores.
"As strippers são artistas ao vivo e, embora muitos aspectos de seu trabalho sejam únicos, elas têm muito em comum com os outros membros do Equity que vivem da dança", disse a presidente do sindicato, Kate Shindle.
"Essas dançarinas relataram problemas de pagamento constantes - incluindo roubo de salário significativo - juntamente com riscos e violações de saúde e segurança".
"Elas querem seguro de saúde e outros benefícios, como indenização trabalhista. Elas precisam de proteção contra assédio sexual, discriminação e demissão sem justa causa".
A petição foi apresentada ao Conselho Nacional de Relações Trabalhistas, que deve agendar uma votação para as trinta strippers elegíveis.
Se a maioria votar pela sindicalização, o sindicato Equity começará a negociar um novo contrato com a Star Garden em nome das dançarinas.
Enquanto isso, as dançarinas exóticas dizem que farão uma manifestação em frente ao clube na área de North Hollywood da cidade.
A campanha é apoiada pela Strippers United, um grupo sem fins lucrativos que defende os direitos das dançarinas.
Ninguém no Star Garden atendeu às ligações da AFP nesta quarta-feira.
Embora o Equity nunca tenha tido membros strippers, não é a primeira vez que elas se organizam nos Estados Unidos.
As dançarinas que trabalham no Lusty Lady de San Francisco formaram o Sindicato de Bailarinas Exóticas em 1996, observou o Equity. Esse clube fechou em 2013.
O movimento desta quarta-feira ocorre em meio ao aumento do interesse de trabalhadores nos Estados Unidos em se sindicalizar, com funcionários de várias filiais da Starbucks entre os mais proeminentes.
Até os três primeiros trimestres do ano fiscal de 2022 – de 1º de outubro a 30 de junho – foram apresentadas 1.935 campanhas de sindicalização à Diretoria Nacional de Relações Trabalhistas, 56% a mais que no ano anterior.