Washington nega que esteja retardando acordo com Irã

"Estamos mais perto de um acordo do que há duas semanas", disse o porta-voz Ned Price

seg, 22/08/2022 - 20:51
Stefani Reynolds Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado americano, em 10 de julho de 2022 Stefani Reynolds

Os Estados Unidos rejeitaram, nesta segunda-feira (22), a acusação de que estariam retardando as negociações sobre o acordo nuclear com o Irã e garantiram que ainda há "questões pendentes" a resolver.

"Estamos motivados pelo fato de o Irã parecer ter cedido em algumas de suas exigências inaceitáveis, como a retirada da Guarda Revolucionária" da lista de organizações terroristas, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price.

"Estamos mais perto de um acordo do que há duas semanas", disse o porta-voz em conferência de imprensa, mas afirmou que "ainda há questões pendentes que devem ser resolvidas, lacunas que devem ser preenchidas", sem dar detalhes.

Por vários meses, Teerã condicionou qualquer acordo à remoção da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, da lista negra de organizações terroristas dos Estados Unidos.

Apesar das intensas negociações, os Estados Unidos ainda não responderam formalmente ao "texto final" apresentado pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, enquanto o Irã já o fez com vários comentários.

Teerã criticou nesta segunda-feira os Estados Unidos por "retardarem" sua resposta às propostas do Irã ao texto.

Em 26 de julho, Borrell, que lidera os esforços para que os Estados Unidos e o Irã cheguem a um entendimento, apresentou um projeto de acordo às partes para estudo e pediu a todos os atores nas negociações que o aceitassem para evitar uma "crise perigosa".

As discussões foram retomadas em 4 de agosto na capital austríaca para uma nova tentativa de salvar o acordo internacional de 2015 entre Irã, Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia.

"A ideia de que teríamos retardado as negociações de qualquer maneira simplesmente não é correta", disse Price, observando que os Estados Unidos ainda estão "examinando" as respostas iranianas e que Washington responderá assim que "esta revisão e suas consultas terminarem".

O Irã e as grandes potências do planeta assinaram um acordo para limitar o poder nuclear da nação islâmica com o objetivo de impedir o desenvolvimento de uma bomba nuclear. Mas, em 2018, o então presidente americano, Donald Trump, retirou seu país unilateralmente do acordo e impôs pesadas sanções ao Irã.

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