Agosto Branco incentiva a prevenção do câncer de pulmão

Pará está entre os Estados brasileiros com maiores registros de diagnóstico tardio, fato que eleva a taxa de mortalidade pela doença

qua, 24/08/2022 - 15:53
CTO Médica oncologista Paula Sampaio alerta para a importância do diagnóstico precoce CTO

As estatísticas oficiais do câncer de pulmão no Brasil são alarmantes. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são esperados para 2022 um total de 30.200 casos novos (17.760 em homens e 12.440 em mulheres) e o número anual de mortes pela doença é quase o mesmo: são cerca de 30 mil mortes por câncer de pulmão, por ano, no Brasil.

É o segundo tipo mais comum entre a população brasileira (excetuando o câncer de pele não melanoma). Em nível mundial, é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre homens e o quarto mais comum entre as mulheres.

Pesquisa divulgada pela organização não governamental Instituto Oncoguia, baseada nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostra que 86,2% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio avançado, no Brasil. Nos Estados do Pará, Ceará e Bahia os registros tardios chegam a 95% e, em Sergipe, 100%. Os tumores detectados tardiamente têm as maiores taxas de mortalidade. 

“Esses números são extremamente preocupantes, considerando que o câncer de pulmão é o que tem maiores índices de mortalidade no mundo e as chances de cura estão diretamente relacionadas ao estágio em que a doença é descoberta”, alerta a médica oncologista Paula Sampaio, do Centro de Tratamento Oncológico – CTO.

Segundo o INCA, cerca de 13% de todos os casos novos de câncer no Brasil são de pulmão. Desde 1985 ele é o primeiro câncer em mortalidade no mundo.

Assintomática em fases iniciais, a doença pode ser diagnosticada em qualquer pessoa e em qualquer idade, entretanto, segundo a American Cancer Society, a doença atinge principalmente pessoas mais velhas. O INCA aponta que no Brasil, 90% dos casos de pulmão são diagnosticados após os 50 anos.

Agosto Branco

Em 1986, a lei nº 7488 criou o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto. De 85% a 90% dos casos de câncer de pulmão têm como causa o tabagismo. Mais recentemente foi criado o Agosto Branco, um mês inteiro para conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro e para disseminar outras informações importantes sobre prevenção do câncer de pulmão.

Até os 75 anos de idade, 1 em cada 5 brasileiros deve desenvolver algum tipo de câncer. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que mais de 30% dos cânceres podem ser evitados com a adoção de um estilo de vida saudável. “São recomendações que servem não apenas para evitar o câncer de pulmão, mas para muitas outras doenças. Não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, não ser sedentário ou obeso, dormir bem e cortar ou pelo menos reduzir o consumo de álcool são medidas que mudam a vida para muito melhor, que todos precisam perseguir. Pelo menos 1/3 dos cânceres podem ser evitados com essas medidas”, afirma Paula Sampaio. 

As pesquisas já comprovaram que o fumo está relacionado a 17 tipos diferentes de câncer. E os fumantes passivos também são diretamente afetados.

A boa notícia é que o Brasil tem conseguido reduzir o número de fumantes. A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, realizada pelo IBGE, mostrou que 12,6% dos brasileiros consomem cigarros regularmente. O número é significativamente menor do que a porcentagem apresentada pela Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, feita em 1989, que constatava que 34,8% da população era fumante.

Os sintomas do câncer de pulmão geralmente não aparecem nos estágios iniciais. Mas as pessoas devem ficar atentas. "Sintomas como tosse e rouquidão persistentes, sangramento pelas vias respiratórias, dor no peito e dificuldade de respirar devem ser investigados", alerta a médica. Paula Sampaio explica: "Ainda que estes sintomas não signifiquem câncer de pulmão, necessariamente, é imprescindível ter uma orientação médica, para, se for o caso, investigar melhor".

Fatores de risco

* 85% dos casos associados ao consumo de derivados de tabaco.

* 15% dos casos ligados a exposição à poluição do ar e a agentes químicos, outras doenças que atingem o pulmão, fatores genéticos, entre outros.

Prevenção

* Evitar o tabaco e estar próximo de fumantes (exposição passiva).

* Manter uma alimentação balanceada.

* Praticar exercícios físicos regularmente.

* Evitar ambientes com poluição intensa.

* Evitar a exposição a agentes químicos como urânio, arsênico, cromo, cloreto de vinil.

Da assessoria do CTO.

 

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