Dia da Amazônia: especialistas defendem a preservação

Dados apontam o crescimento do desmatamento da floresta amazônica e evidenciam que medidas de proteção ambiental sejam tomadas

seg, 05/09/2022 - 17:44

Comemorado nesta segunda-feira (5), o Dia da Amazônia tem como finalidade conscientizar a população sobre a importância de um dos patrimônios naturais mais valiosos da humanidade. A data foi instituída por lei em 2007 para celebrar a maior floresta tropical do mundo.

Reconhecida pela fauna, flora, cultura e diversidade, a floresta amazônica ganha mais um enfoque: o desmatamento. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), no período de agosto de 2021 a julho de 2022 foram derrubados 10.781 km² de floresta; somente em abril deste ano, foi detectada a derrubada de 1.197 km² de floresta na Amazônia – 54% a mais do que o registrado no mesmo mês de 2021 – sendo o pior abril dos últimos 15 anos.

 Constitucionalmente, os poderes executivos – em âmbitos federal, estadual e municipal – são responsáveis pela proteção da floresta, explica o professor e doutor em Ciências Ambientais Paulo Pinho. "É importante afirmar que no atual governo houve uma desmobilização, uma desestruturação, dos sistemas de defesa da nossa floresta. Então, por isso que está tendo um aumento do ataque aos nossos ativos florestais e aos nossos recursos naturais", lembra Paulo.

 O professor fala que o fato de muitas pessoas não terem acesso a educação e saneamento no Brasil resulta na falta de atenção voltada para questões políticas e ambientais. "Essas pessoas não exercem todos os seus direitos. O que nós precisamos é que as pessoas, hoje, da classe média a classe média alta, se sensibilizem, pressionem, se envolvam mais nas questões políticas, para que decisões relativas a educação e saneamento atinjam a maioria da população", enfatiza.

A engenheira florestal Danielle Brito aponta o desmatamento ilegal como a principal causa da devastação amazônica e diz, ainda, que a população contribui para isso. "A partir do momento em que você adquire uma madeira, um móvel sem saber a procedência, sem saber a rastreabilidade, você está contribuindo, você está incentivando”, observa.

Para Danielle, o desmatamento desenfreado pode causar danos como o aumento da emissão de gás carbônico – um dos principais gases associados ao efeito estufa –, problemas respiratórios e crescimento lento de espécies arbóreas de grande porte, por exemplo. A engenheira destaca a importância da floresta. “É importante para a nossa respiração, é importante para o nosso clima, para o nosso ambiente. Está tudo interligado. É tudo um sistema”, pondera.

Danielle e Paulo enfatizam que a proteção da floresta é essencial e que deve ser discutida. “Nos últimos anos têm surgido diversas campanhas na mídia, nas redes sociais e ONGs que trabalham em favor disso. É muito importante a gente botar em pauta a proteção não só da floresta amazônica, mas de todas as florestas", avalia a engenheira.

"Discutir a floresta amazônica, discutir os recursos naturais, é discutir sobre a viabilidade da sociedade humana e de outros seres vivos da terra. É uma condição fundamental e básica", finaliza o professor.

Por Even Oliveira e Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

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