Os problemas legais do ex-presidente Donald Trump
O ex-presidente dos Estados Unidos e três de seus filhos são acusados de fraude comercial
A procuradora-geral do Estado de Nova York, Letitia James, apresentou uma ação civil contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e três de seus filhos, acusando-os de fraude comercial.
Foi o mais recente desdobramento em várias investigações civis, criminais e do Congresso envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos.
Seguem algumas das principais investigações:
- Assuntos financeiros em Nova York -
À frente do sistema judiciário do estado de Nova York, a democrata Letitia James apresentou uma ação civil contra Donald Trump, seus filhos e seu grupo empresarial, a Trump Organization, depois de investigar suas práticas financeiras por três anos.
A procuradora-geral os acusa de terem manipulado "deliberadamente" as avaliações dos ativos do grupo - que incluem clubes de golfe, hotéis de luxo e outras propriedades - para obter empréstimos mais vantajosos dos bancos ou reduzir os impostos a pagar.
James reivindica 250 milhões de dólares em danos em nome do Estado, além de proibições para que o ex-presidentes e seus familiares gerenciem empresas.
A promotoria de Manhattan investiga o aspecto criminal deste caso, aberto após as revelações feitas por um ex-advogado de Donald Trump, Michael Cohen, durante uma audiência no Congresso.
O ex-presidente denuncia uma "caça às bruxas" infundada e orquestrada para fins políticos.
- Os arquivos da Casa Branca -
Ao deixar a Casa Branca, Donald Trump levou consigo caixas inteiras de documentos. No entanto, uma lei de 1978 exige que qualquer presidente americano repasse todos os seus e-mails, cartas e outros documentos relacionados ao cargo aos Arquivo Nacional.
Em janeiro, o ex-presidente entregou quinze caixas ao Arquivo Nacional. Depois de examiná-las, a polícia federal americana, o FBI, avaliou que Trump provavelmente tinha mantido outras caixas em sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, em Palm Beach, Flórida.
Os agentes do FBI foram para o local pela primeira vez em junho e depois concluíram que não haviam recebido todos os documentos.
Em 8 de agosto, o FBI realizou uma busca em Mar-a-Lago com base em uma ordem judicial por "retenção de documentos confidenciais" e "obstrução de uma investigação federal", apreendendo outras 30 caixas.
Mais uma vez, Donald Trump se defendeu afirmando ser "perseguido" politicamente e garantindo que os documentos apreendidos são pessoais ou com o sigilo suspenso. Ele obteve na justiça o direito de nomear um perito independente para analisá-los e determinar sua natureza, o que atrasa o procedimento.
- Ataque ao Capitólio -
A justiça federal abriu uma extensa investigação após o ataque à sede do Congresso por apoiadores de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021, quando os legisladores certificavam a vitória do rival democrata Joe Biden nas eleições presidenciais.
Desde então, mais de 870 pessoas foram presas e cerca de 100, condenadas à prisão. Agora, espera-se que os promotores considerem levar à Justiça funcionários da Casa Branca ou até mesmo o ex-presidente.
Este é o dilema que enfrenta Merrick Garland, secretário de Justiça e procurador-geral dos EUA nomeado por Joe Biden, que tem autoridade sobre o caso.
Conhecido por ser metódico e cuidadoso, Garland não descarta nenhuma opção. "Todos aqueles que forem criminalmente responsáveis pelas tentativas de anular as eleições terão que responder por seus atos", disse.
- Eleições na Geórgia em 2020 -
Um promotor do estado da Geórgia investiga desde 2021 "tentativas de influenciar operações eleitorais" neste estado bastante conservador do sul dos EUA, mas no qual Biden venceu em 2020. As investigações continuam em 2022.
Em um telefonema, cuja gravação foi posteriormente tornada pública, Donald Trump pediu a Brad Raffensperger, um funcionário do alto escalão da Geórgia, que "encontrasse" cerca de 12.000 cédulas de votação com seu nome, o suficiente para reverter os resultados neste estado.
Fani Willis, promotora do condado de Fulton, que inclui Atlanta, nomeou um grande júri para determinar se havia provas suficientes para acusar Trump a esse respeito. Ela já conseguiu coletar depoimentos de personalidades do círculo íntimo do magnata do setor imobiliário, em particular de seu ex-advogado pessoal Rudy Giuliani.