Vazamentos de gás afetam os gasodutos Nord Stream

Na manhã desta terça-feira, o ministro dinamarquês do Clima e Energia, Dan Jørgensen, e as autoridades marítimas suecas confirmaram dois vazamentos na tubulação

ter, 27/09/2022 - 09:13
Odd Andersen Instalações em Lubmin, nordeste da Alemanha, que recebem e distribuem o gás do Nord Stream 1 Odd Andersen

Os dois gasodutos Nord Stream entre Rússia e Alemanha, fora de operação pela guerra na Ucrânia, foram afetados por vazamentos de gás inexplicáveis mo Mar Báltico, informaram nesta terça-feira (27) autoridades suecas e dinamarquesas.

Após o anúncio na segunda-feira de um vazamento no gasoduto Nord Stream 2, as autoridades dos dois países nórdicos anunciaram nesta terça-feira a detecção de dois vazamentos de gás incomuns no Nord Stream 1.

Objetos de tensões geopolíticas nos últimos meses, os dois gasodutos explorados por um consórcio vinculado ao grupo russo Gazprom estão fora de operação devido à guerra na Ucrânia, mas permanecem repletos de gás.

A Rússia afirmou que está "extremamente preocupada" com os vazamentos detectados e acrescentou que não descarta "nenhuma hipótese", incluindo uma sabotagem, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

A Dinamarca colocou em alerta as todas as suas infraestruturas energéticas, mas indicou que é "muito cedo" para determinar as causas dos incidentes.

O consórcio que administra os gasodutos informou na segunda-feira à noite uma queda de pressão súbita no Nord Stream 1.

Na manhã desta terça-feira, o ministro dinamarquês do Clima e Energia, Dan Jørgensen, e as autoridades marítimas suecas confirmaram dois vazamentos na tubulação.

Como o vazamento registrado na véspera do Nord Stream 2, os problemas foram detectados na ilha dinamarquesa de Bornholm, uma na zona econômica exclusiva da Dinamarca e a outra na da Suécia.

Vazamentos extremamente raros

"Os vazamentos em gasodutos são extremamente raros e por isto vemos uma razão para aumentar o nível de vigilância após os incidentes registrados nas últimas 24 horas", afirmou em um comunicado o diretor da Agência Dinamarquesa de Energia, Kristoffer Böttzauw.

Ele prometeu uma "vigilância profunda das infraestruturas críticas da Dinamarca".

O país escandinavo aumentou o alerta no setor de energia elétrica e de gás para o nível laranja, o segundo mais elevado, e proibiu a navegação em um raio de 5 milhas náuticas (9 quilômetros) ao redor dos vazamentos e o sobrevoo em um raio um quilômetro.

As medidas concretas para reforçar a segurança das fábricas e das instalações devem ser implementadas pelas empresas do setor.

Construído ao lado de seu antecessor, o gasoduto Nord Stream 2 deveria dobrar a capacidade de importação da Rússia para a Alemanha. Mas sua iminente entrada em operação foi suspensa devido às represálias contra Moscou pela invasão da Ucrânia.

As autoridades alemãs não comentaram os vazamentos até o momento. Mas de acordo com uma fonte próxima ao governo citada pelo jornal alemão Taggesspiegel "tudo vai contra uma coincidência".

"Não podemos imaginar um cenário que não seja um ataque direcionado", disse a fonte.

De acordo com as autoridades dinamarquesas, os incidentes não afetam o fornecimento de energia do país nem a segurança ou saúde dos moradores das ilhas de Bornholm e Christiansø.

Em uma coincidência com os incidentes, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, inaugurou ao lado dos colegas norueguês e polonês o Baltic Pipe, um gasoduto que ligará Polônia e Noruega através da Dinamarca.

COMENTÁRIOS dos leitores