ONU adverte que fome continua fazendo vítimas na Somália
Os Estados Unidos anunciaram uma ajuda humanitária de US$ 411 milhões para o país africano
A Somália não enfrenta atualmente uma situação de fome generalizada, graças à ajuda humanitária, mas pessoas continuam morrendo de fome, e a situação pode piorar no ano que vem, advertiu a ONU nesta terça-feira (13).
Um relatório divulgado ontem do chamado Integrated Phase Classification (IPC), sistema para descrever a gravidade das emergências alimentares, "não leva à declaração de fome neste momento", explicou o porta-voz da ONU Jens Laerke. Apesar disso, "se a ajuda não for intensificada, especialmente nos setores de saúde e água, saneamento e higiene, prevê-se que ocorra a fome no sul da Somália entre abril e junho de 2023".
Respondendo a esse chamado, os Estados Unidos anunciaram ontem uma ajuda humanitária de US$ 411 milhões para o país africano, o que eleva o montante total de assistência entregue pelos Estados Unidos à Somália neste ano para US$ 1,3 bilhão, informou Samantha Power, que dirige a Agência americana de Ajuda ao Desenvolvimento (Usaid).
Após cinco temporadas chuvosas fracassadas desde o fim de 2020, a Somália precisa de ajuda humanitária para combater outra possível situação de fome. O panorama foi agravado pelo aumento dos preços dos alimentos e pela insegurança no país, que dificulta a ajuda humanitária.
Centenas de milhares de pessoas já abandonaram seus lares em busca de ajuda, devido à perda de safras, à morte do gado e ao medo da fome, ressaltou Jens Laerke.
Segundo o relatório, o financiamento da ajuda alimentar humanitária é suficiente no momento para atender a uma média de mais de 5,8 milhões de pessoas até março.