Chineses iniciam feriadão marcado por temores da Covid

A previsão do governo é de mais de dois bilhões de viagens em um período de 40 dias entre janeiro e fevereiro na China, em um dos maiores deslocamentos em massa de pessoas do mundo

qui, 19/01/2023 - 09:36
- Viajantes em uma estação em Shenzhen, sul da China, em 17 de janeiro de 2023, para o feriado do Ano Novo Lunar -

Milhões de chineses viajaram para suas cidades natais nesta quinta-feira (19) para celebrar o feriado prolongado do Ano Novo Lunar com a família, uma situação que "preocupa" o presidente Xi Jinping pelo potencial de propagação da Covid-19 nas áreas rurais.

A previsão do governo é de mais de dois bilhões de viagens em um período de 40 dias entre janeiro e fevereiro na China, em um dos maiores deslocamentos em massa de pessoas do mundo.

A chegada às áreas rurais de dezenas de milhões de habitantes, onde o coronavírus se espalhou amplamente, pode levar a um aumento do número de casos de covid-19 nessas localidades, com poucas infraestruturas de saúde.

Nesta quinta-feira, as principais estações de trem em Pequim e Xangai estavam lotadas.

- "Nova fase" -

O presidente Xi Jinping manifestou sua preocupação com o impacto da doença nas áreas rurais neste feriado prolongado.

"Xi disse que está especialmente preocupado com as áreas rurais e a população rural, depois que o país fez ajustes em suas medidas de resposta à covid-19", disse a agência de notícias estatal Xinhua sobre os telefonemas feitos pelo governante às autoridades locais.

O presidente "insistiu nos esforços para melhorar os cuidados médicos para os mais vulneráveis ao vírus nas áreas rurais", acrescentou a Xinhua, citando as conversas de Xi em uma série de videoconferências, na quarta-feira (18), com profissionais de saúde, pacientes com covid-19 e trabalhadores.

"A prevenção e o controle da epidemia entraram em uma nova fase e ainda estamos em um período que requer grandes esforços (...) para suprir as lacunas nas áreas rurais", afirmou.

Em dezembro, Pequim levantou a estratégia draconiana de "covid zero" imposta pelas autoridades. Essa política desacelerou a economia do gigante asiático e desencadeou grandes manifestações.

Ontem, em meio à situação atual, Xi avaliou que adotar essa política foi uma "boa escolha". Desde a supressão dessas medidas, o país registrou um aumento impressionante de casos. Inúmeros relatos e informações circulam nas redes sociais sobre essa disparada.

Nesse contexto, a agência chinesa reguladora do ciberespaço anunciou na quarta-feira que reforçará sua vigilância contra "informações falsas" no período de festas para evitar o aumento dos "pensamentos negativos" on-line.

O órgão pediu que se evite "boatos" e "(falsos) testemunhos de doentes", criados, segundo ele, para chocar os internautas. Afirmou, ainda, que esta campanha pretende remover os conteúdos que "induzirem o público ao erro".

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