Nova lista do trabalho escravo tem dois empregadores de PE

A lista é feita com base em denúncias e processos envolvendo empresas que fornecem condições degradantes a seus funcionários

por Rachel Andrade qua, 05/04/2023 - 13:32
Divulgação/Subseção de Inspeção do Trabalho A Construtora Ingazeira LTDA passa por um processo envolvendo dez trabalhadores Divulgação/Subseção de Inspeção do Trabalho

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, nesta quarta-feira (5), a lista atualizada de empregadores acusados de oferecer a seus funcionários condições análogas à escravidão no ambiente de trabalho. Dos 289 empregadores, dois são de Pernambuco, sendo um deles localizado em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Inserida na atualização mais recente da lista, a Construtora Ingazeira LTDA passa por um processo envolvendo dez trabalhadores. A obra denunciada fica localizada na Avenida Beira Rio, no bairro do Varadouro, em Olinda. A decisão administrativa de procedência é datada de 28 de julho de 2022.

A construtora teria sido contratada pela Prefeitura de Olinda para realizar a montagem do palco para o Carnaval de 2020. Segundo o grupo de fiscalização que foi ao local à época, os trabalhadores estavam alojados em uma pequena casa na comunidade em que atuavam por mais de três meses. Alguns dormiam sobre papelão no chão. Ninguém tinha carteira assinada e o pagamento se dava por dia trabalhado. Se ficassem doentes, não recebiam.

No interior do estado, o empregador Edson Porfirio de Carvalho, que representa a Fazenda Malhada, em Arcoverde, está na lista há exatamente um ano. O caso denunciado também envolvia dez trabalhadores em situações degradantes.

O cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo é atualizado duas vezes ao ano, nos meses de abril e outubro. Na mais recente listagem, foram inseridos 132 novos nomes, o maior aumento desde que voltou a ser publicada, em 2017. Dos estados com maior número de casos registrados estão Minas Gerais, com 35, Goiás, 15, Piauí, 13 e Pará, 11.

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